Colonização da América Portuguesa: Capitanias Hereditárias e Governo Geral


Como a Coroa não tinha recursos suficientes para defende e ocupar as suas terras, optou-se por descentralizar a administração da América portuguesa através das Capitanias Hereditárias. Através desse sistema o território português foi dividido em parcelas de aproximadamente 300 km de faixa litorânea. Esses amplos territórios foram distribuídos a donatários: indivíduos da pequena nobreza ou funcionários do governo que estavam interessados em colonizar o Brasil. No total foram 15 parcelas destinadas a 12 fidalgos portugueses que deveriam administrar as Capitanias.

Através das Cartas de Doação a coroa concedia a capitania ao donatário e estabelecia os poderes que ele teria em seus domínios. Outro documento, o Foral, dizia respeito aos direitos e deveres que esses donatários teriam. Como o objetivo da coroa era atrair pessoas que estivessem interessadas em investir na colonização, esses documentos davam amplos poderes, que poderiam ser utilizados pelo donatário para escravizar e vender indígenas, julgar os habitantes da capitania (inclusive com condenação à morte), fundar vilas, organizar a capitania militarmente e doar sesmarias (grandes extensões de terras).

As Capitanias Hereditárias não obtiveram o sucesso esperado, em parte por negligencia dos donatários (alguns nem chegaram a desembarcar no país), por falta de dinheiro, resistência de indígenas, a grande extensão das terras e a falta de comunicação. Pode-se dizer que apenas a capitania de São Vicente e Pernambuco conseguiu prosperar. Frente a essas dificuldades a coroa portuguesa resolve mudar a sua política, e estabeleceu a criação do Governo Geral, com a função de centralizar o poder, organizar e prover apoio às Capitanias.

Desta forma é escolhida a Capitania de Todos os Santos para ser a sede do governo, fundando-se a cidade de Salvador, em 1549. Tratava-se da primeira Capitania sendo governada diretamente por funcionários da Coroa portuguesa. O primeiro governador geral foi Tomé de Souza, e com ele chegaram cerca de mil pessoas, entre funcionários, soldados, jesuítas e degradados. O objetivo era implantar um núcleo administrativo na colônia portuguesa.


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