Assim se impõem um dilema: o homem ao mudar a moral de uma época estará sempre transgredindo a norma e tornando-se imoral ou amoral?
Em teoria sim, mas não necessariamente. É possível estabelecer um padrão de moralidade na transgressão. Para alcançar tal intento o indivíduo deve agir a partir da observância de determinados princípios. Para entender essa questão devem-se observar três pontos fundamentais:
O embate entre desejo e vontade.
O conflito entre a heteronomia e autonomia.
A observância da sociedade dos indivíduos e da reciprocidade.
Desejo X vontade
O homem deve agir a partir de sua vontade consciente e não do seu desejo.
Desejo – permeado pelo impulso exige a imediata realização (eu faço).
Vontade – é permeada pela escolha, e se manifesta como um freio em relação ao desejo (tenho vontade de fazer, mas não faço, ou seja, é um controle). A moral surge, portanto, do controle do desejo. Evidentemente, não se trata da repressão do desejo, pois o que se busca não é a sua anulação, mas a consciência clara do indivíduo que escolhe e decide o que deve ser feito em determinada situação.
Seguir o impulso do desejo sem a reflexão significa não apenas a negação da moral com também um indicativo da impossibilidade de se viver em sociedade.
Heteronomia X autonomia
O homem deve refletir a respeito das condicionantes de sua vida. Assim, o dever moral não pode ser entendido como constrangimento externo, como coação de uns sobre outros, pois a submissão ao dever precisa ser livremente assumida. Ou seja, só há autêntica moral quando o indivíduo age por sua própria iniciativa, enquanto ser de liberdade.
Heteronomia – (diferente/lei) Quando falamos de heteronomia referimo-nos a aceitação de leis ou normas que não são nossas e com as quais não temos identificação.
Em teoria sim, mas não necessariamente. É possível estabelecer um padrão de moralidade na transgressão. Para alcançar tal intento o indivíduo deve agir a partir da observância de determinados princípios. Para entender essa questão devem-se observar três pontos fundamentais:
O embate entre desejo e vontade.
O conflito entre a heteronomia e autonomia.
A observância da sociedade dos indivíduos e da reciprocidade.
Desejo X vontade
O homem deve agir a partir de sua vontade consciente e não do seu desejo.
Desejo – permeado pelo impulso exige a imediata realização (eu faço).
Vontade – é permeada pela escolha, e se manifesta como um freio em relação ao desejo (tenho vontade de fazer, mas não faço, ou seja, é um controle). A moral surge, portanto, do controle do desejo. Evidentemente, não se trata da repressão do desejo, pois o que se busca não é a sua anulação, mas a consciência clara do indivíduo que escolhe e decide o que deve ser feito em determinada situação.
Seguir o impulso do desejo sem a reflexão significa não apenas a negação da moral com também um indicativo da impossibilidade de se viver em sociedade.
Heteronomia X autonomia
O homem deve refletir a respeito das condicionantes de sua vida. Assim, o dever moral não pode ser entendido como constrangimento externo, como coação de uns sobre outros, pois a submissão ao dever precisa ser livremente assumida. Ou seja, só há autêntica moral quando o indivíduo age por sua própria iniciativa, enquanto ser de liberdade.
Heteronomia – (diferente/lei) Quando falamos de heteronomia referimo-nos a aceitação de leis ou normas que não são nossas e com as quais não temos identificação.
Autonomia – (próprio/lei) A autonomia diz respeito ao cumprimento da norma criada por si mesmo, a partir da reflexão das condicionantes limitantes da moral de uma época. Assim a autonomia é a obediência a uma determinação de si mesmo, uma autodeterminação.
Sociedade de indivíduos e reciprocidade
Assim para realizar um ato moral transformador da própria moralidade instituída é necessário que o indivíduo seja consciente de sua ação transformadora tendo em perspectiva o conjunto maior que compõem a sociedade de indivíduos, ou o que se costuma denominar de intersubjetividade. Nesse âmbito o ato moral transformador leva em conta a reciprocidade, a responsabilidade e a solidariedade em relação aos outros indivíduos.
Imoral – Introjetou a norma, tornou-a sua, mas mesmo assim, violou-a.
Amoral – Age à margem de qualquer consideração em relação à norma, a partir de seus próprios princípios.
Assim se impõem um dilema: o homem ao mudar a moral de uma época estará sempre transgredindo a norma e tornando-se imoral ou amoral?
Em teoria sim, mas não necessariamente. É possível estabelecer um padrão de moralidade na transgressão. Para alcançar tal intento o indivíduo deve agir a partir da observância de determinados princípios. Para entender essa questão devem-se observar três pontos fundamentais:
- O embate entre desejo e vontade.
- O conflito entre a heteronomia e autonomia.
- A observância da sociedade dos indivíduos e da reciprocidade.
Pode-se dizer que a moral é o conjunto de regras de conduta admitidas em determinada época por um grupo determinado de indivíduos. De forma mais simplificada, podemos dizer que a moral diz respeito aos “costumes de uma época”.
Um mundo sem uma determinada “moral constituída”, ou seja, um conjunto de regras, normas e valores coletivos torna-se verdadeiramente um caos. Se cada um pudesse fazer o que bem entendesse, não haveria moral propriamente dita. O sujeito moral tem a intuição dos valores como resultado da intersubjetividade, ou seja, da relação com os outros. Por outro lado, devemos pensar que a formatação de valores morais de uma época passa pela aceitação dos indivíduos em relação a esses costumes e regras.
Mas, como é possível perceber facilmente, a moral de uma época pode sofrer profundas alterações. Podemos utilizar como exemplo a idéia de trabalho, que durante a Antiguidade era desprezado e que na época contemporânea é valorizado. Pode-se pensar ainda nas relações amorosas entre homens, que na Antiguidade eram valorizadas, na Idade Média desvalorizada e hoje em dia passam gradativamente por uma alteração. Podemos pensar ainda na escravidão e no preconceito em relação aos negros, que gradativamente vem sendo alterado.
A experiência efetiva da vida moral supõe, portanto, o confronto contínuo entre a moral constituída, isto é, os valores herdados, e a moral constituinte, representada pela crítica aos valores ultrapassados.
O ato moral possui dois polos, o normativo, que estabelece a norma, como, por exemplo, “Não minta”, “Não cole”, e o fatual que é a efetivação da norma na experiência vivida. Nesse âmbito, a norma somente tem sentido quando é cumprida e o ato fatual somente se torna moral se realmente for obedecido. Quando não obedecido o que ocorre é exatamente a transgressão à norma.
Contudo, não podemos esquecer que o não comprimento da norma introjetada pelo indivíduo, pode, por um lado tornar o ato imoral, e por outro na medida em que aceita apenas a sua posição existencialista corre o risco de ficar a margem das normas se tornando amoral. O homem sem princípios é exatamente aquele que age independentemente da observância de qualquer norma ou moral social.
Aristóteles (384-322 a.C.) discípulo de Platão, tornar-se-á um crítico do mestre, argumentando que sua utopia – a Calípolis, onde defende a sofocracia (poder dos sábios) – é impraticável e autoritária. Aristóteles argumenta que a sofocracia confere poder ilimitado apenas aos sábios, tornando a sociedade hierarquizada e engessando as outras classes sociais.
A questão da “igualdade” dos indivíduos ocupa grande espaço no pensamento político de Aristóteles. Para Aristóteles a igualdade deve ser baseada nos méritos de cada um, ou em outras palavras, não se pode dar o igual para os desiguais, já que as pessoas são diferentes.
Para Aristóteles a cidadania estava intimamente vinculada com a possibilidade de participar da política. De antemão estavam excluídos de sua concepção de cidadania os escravos, mulheres e estrangeiros. Contudo, Aristóteles efetivamente considerava um cidadão pleno aquele que não precisava se ocupar do campo das necessidades, ou seja, que tinha ócio disponível. A partir dessa concepção os artesãos, comerciantes e trabalhadores braçais também estavam excluídos de sua concepção de cidadania.
Deve-se destacar que entre os gregos, o trabalho era tido como a expressão da miséria humana, portanto, desprezado. O trabalho estava ligado com o campo da necessidade, como, por exemplo, alimentar-se e cobrirem-se, atividades consideradas “embrutecedoras da alma”. Tratava-se de uma nítida separação entre o mundo do "labor", da "necessidade" e o mundo regido pela "razão". Assim, a única atividade digna dos homens livres era o "ócio". Neste sentido, a noção de cidadania grega estava intimamente ligada com o trabalho, ou seja, somente as pessoas que não precisassem trabalhar, ou ocupar-se das atividades ligadas ao campo da necessidade, poderiam de fato se considerar cidadãos plenos e participar ativamente da política, isto é, dos assuntos da pólis.
O problema é que para poder se dedicar a essa atividade os gregos necessitavam de outros indivíduos executando o trabalho braçal, e estes indivíduos na maioria das vezes eram escravos. Quanto à escravidão ela é justificada afirmando-se que os estrangeiros conquistados são inferiores, bárbaros (que seriam todos os indivíduos não gregos), possuindo uma disposição natural para a escravidão.
As formas de governo de Aristóteles
Para Aristóteles existem boas e más formas de governo. A distinção entre uma e outra se relaciona com o critério axiológico, ou seja, todas as boas formas de governo visam o bem dos indivíduos em sociedade, contudo, se o governante ou grupo que está no poder se preocupa com seus interesses particulares esse governo acaba se degenerando, transformando-se em uma péssima forma de governo.
Assim a monarquia (governo de um só) é uma boa forma de governo, contudo, se o governante não privilegiar o bem dos indivíduos na sociedade pode acabar se degenerando em uma tiraria (líder ilegítimo). Da mesma forma a aristocracia (governo de um pequeno grupo, dos melhores) pode se degenerar em oligarquia (governo de poucos: nobreza, riqueza, laços familiares). E por fim a politéia (governo da maioria, como se fosse uma “meio-termo” entre os ricos e os pobres, uma espécie de “classe média”) pode se degenerar em democracia (maioria pobre no poder).
Para Aristóteles a melhor forma de governo é a politéia: “Onde a classe média é numerosa raramente ocorrem conspirações e revoltas entre os cidadãos”.
Entre os principais tipos de falácia pode-se destacar:
Argumentum ad antiquitatem – Baseado na antiguidade ou tradição. Consiste basicamente em afirmar que algo é verdadeiro porque é antigo ou sempre foi da mesma forma. Um exemplo: “Essa simpatia tem sido utilizada a mais de uma centena de anos, logo ela deve realmente funcionar”. “Cristãos acreditam em Jesus há milhares de anos. Se o Cristianismo não fosse verdadeiro, não teria perdurado tanto tempo”.
Argumentum ad hominem – Trata-se de atacar o argumentador em vez de provar a falsidade do enunciado. “A afirmação de Pedro é falsa, pois ele é um sujeito mal-educado”.
Argumentum ad ignorantiam – O argumento do “ignorante”, ou seja, algo é considerado verdadeiro simplesmente porque não foi provado que é falso. “Ninguém provou que gnomos não existem, portanto, gnomos existem”.
Non sequitur – A conclusão não está vinculada (ou segue) as premissas. “Um gato é um animal. Eu sou um animal. Logo, sou um gato”. “A política no Brasil é péssima. Precisamos melhorar a qualidade política. Vote Tiririca, pior que está não fica”.
Argumentum ad Baculum – Quando se utiliza a força ou ameaça para induzir ou outros a aceitarem uma conclusão. “Acredite em Deus, senão irá pro inferno”.
Argumentum ad Populum e Numerum – Apelo ao povo. Tentar conquistar a aceitação de uma preposição apelando a um grande número de pessoas. “Milhares de pessoas acreditam que os extraterrestres construíram as pirâmides, portanto, deve ser verdade” ou “Toda mundo sabe que a Terra é plana. Então por que razão insiste nas tuas excêntricas teorias?”. Numerum faz referência a dados estatísticos favoráveis. Exemplos: “A maioria da população pobre vota na Dilma, portanto ela deve ser uma ótima governante”.
Argumentum ad Verecundiam – Trata-se no argumento baseado em na credibilidade de uma autoridade no assunto. “Se o professor afirmou isso, certamente é verdadeiro”.
Falácia da Divisão – Tomar a parte pelo todo. “Você estuda num colégio rico. Logo, você é rico.”
Cum hoc ergo propter hoc – Falácia do Galvão Bueno. Na medida em que dois eventos ocorrerão juntos eles estão relacionados. “O Brasil ganhou da Inglaterra no dia 13, hoje é dia treze. Logo, o Brasil vai ganhar da Inglaterra novamente”.
Post hoc ergo propter hoc – Pelo simples fato de um evento ter ocorrido após o outro, eles têm validade. Relação de causa e efeito. "O Japão rendeu-se logo após a utilização das bombas atômicas por parte dos EUA. Portanto, a paz foi alcançada devido à utilização das armas nucleares."
Argumentum ad Crumenam e Lazarum – Acreditar que o dinheiro confere veracidade. “Este tênis é o mais caro, portanto é o melhor”. No caso do lazarum, pelo fato de ser mais pobre é mais virtuoso, por exemplo, “A voz dos pobres é a voz da verdade”. “O Lula é o governante mais virtuoso, pois ele veio do extrato social mais humilde da população”.
Evidência anedótica – Histórias baseadas normalmente em experiências pessoais que tentam comprovar algo. Para comprovar a existência de Deus, por exemplo: “Semana passada eu li sobre uma garota que estava morrendo de câncer, então sua família inteira foi para uma igreja e rezou, e ela foi curada”.
Argumentum ad Misericordiam – Falácia da Suzana. Apelo à compaixão para tentar provar sua preposição: “Eu não assassinei meus pais com um machado! Por favor, não me acuse; você não vê que já estou sofrendo o bastante por ter me tornado um órfão?”
Apelo à natureza – Se recorre a uma suposta verdade contida no mundo “natural”. “Os animais competem entre si no meio natural, portanto, é normal que raças superiores explorem as raças inferiores” ou “A natureza é selvagem, portanto, é natural que o capitalismo seja igualmente selvagem”.
Argumentum ad antiquitatem – Baseado na antiguidade ou tradição. Consiste basicamente em afirmar que algo é verdadeiro porque é antigo ou sempre foi da mesma forma. Um exemplo: “Essa simpatia tem sido utilizada a mais de uma centena de anos, logo ela deve realmente funcionar”. “Cristãos acreditam em Jesus há milhares de anos. Se o Cristianismo não fosse verdadeiro, não teria perdurado tanto tempo”.
Argumentum ad hominem – Trata-se de atacar o argumentador em vez de provar a falsidade do enunciado. “A afirmação de Pedro é falsa, pois ele é um sujeito mal-educado”.
Argumentum ad ignorantiam – O argumento do “ignorante”, ou seja, algo é considerado verdadeiro simplesmente porque não foi provado que é falso. “Ninguém provou que gnomos não existem, portanto, gnomos existem”.
Non sequitur – A conclusão não está vinculada (ou segue) as premissas. “Um gato é um animal. Eu sou um animal. Logo, sou um gato”. “A política no Brasil é péssima. Precisamos melhorar a qualidade política. Vote Tiririca, pior que está não fica”.
Argumentum ad Baculum – Quando se utiliza a força ou ameaça para induzir ou outros a aceitarem uma conclusão. “Acredite em Deus, senão irá pro inferno”.
Argumentum ad Populum e Numerum – Apelo ao povo. Tentar conquistar a aceitação de uma preposição apelando a um grande número de pessoas. “Milhares de pessoas acreditam que os extraterrestres construíram as pirâmides, portanto, deve ser verdade” ou “Toda mundo sabe que a Terra é plana. Então por que razão insiste nas tuas excêntricas teorias?”. Numerum faz referência a dados estatísticos favoráveis. Exemplos: “A maioria da população pobre vota na Dilma, portanto ela deve ser uma ótima governante”.
Argumentum ad Verecundiam – Trata-se no argumento baseado em na credibilidade de uma autoridade no assunto. “Se o professor afirmou isso, certamente é verdadeiro”.
Falácia da Divisão – Tomar a parte pelo todo. “Você estuda num colégio rico. Logo, você é rico.”
Cum hoc ergo propter hoc – Falácia do Galvão Bueno. Na medida em que dois eventos ocorrerão juntos eles estão relacionados. “O Brasil ganhou da Inglaterra no dia 13, hoje é dia treze. Logo, o Brasil vai ganhar da Inglaterra novamente”.
Post hoc ergo propter hoc – Pelo simples fato de um evento ter ocorrido após o outro, eles têm validade. Relação de causa e efeito. "O Japão rendeu-se logo após a utilização das bombas atômicas por parte dos EUA. Portanto, a paz foi alcançada devido à utilização das armas nucleares."
Argumentum ad Crumenam e Lazarum – Acreditar que o dinheiro confere veracidade. “Este tênis é o mais caro, portanto é o melhor”. No caso do lazarum, pelo fato de ser mais pobre é mais virtuoso, por exemplo, “A voz dos pobres é a voz da verdade”. “O Lula é o governante mais virtuoso, pois ele veio do extrato social mais humilde da população”.
Evidência anedótica – Histórias baseadas normalmente em experiências pessoais que tentam comprovar algo. Para comprovar a existência de Deus, por exemplo: “Semana passada eu li sobre uma garota que estava morrendo de câncer, então sua família inteira foi para uma igreja e rezou, e ela foi curada”.
Argumentum ad Misericordiam – Falácia da Suzana. Apelo à compaixão para tentar provar sua preposição: “Eu não assassinei meus pais com um machado! Por favor, não me acuse; você não vê que já estou sofrendo o bastante por ter me tornado um órfão?”
Apelo à natureza – Se recorre a uma suposta verdade contida no mundo “natural”. “Os animais competem entre si no meio natural, portanto, é normal que raças superiores explorem as raças inferiores” ou “A natureza é selvagem, portanto, é natural que o capitalismo seja igualmente selvagem”.
Meu saldo bancário junto com o do Antônio Ermírio de Morais seria um dos mais altos do Brasil. O fato de o Antônio Ermírio ser responsável por 98,2% do saldo não afetaria a exatidão da frase. Se eu estivesse num restaurante com outras quinze pessoas e o Bill Gates chegasse para jantar, a renda média dos presentes – a soma da renda de cada um dividida por dezessete – se multiplicaria automaticamente e eu estaria matematicamente rico, pelo menos até o Bill Gates ir embora. Antes de me entusiasmar e gritar “Garçom, suspende a Coca Diet e traz um Château Petrus2!”, no entanto, eu deveria meditar sobre os perigos do dado mal examinado e da estatística enganosa.
Só uma ilusão parecida com a que nos tornaria mais ricos pela simples companhia do Bill Gates explica que, em meio à revolta generalizada com a reforma da Previdência – em boa parte procedente e justa – categorias inteiras se indignem com a diminuição de tetos de proventos que só afetaria uma minoria, entre elas os “marajás” tão execrados na retórica desde que o Collor se elegeu prometendo eliminá-los, há catorze anos. Entre os erros e acertos da sua reforma, o governo pode muito bem lamentar que, com o tempo, a caça a marajás tenha perdido seu charme político, ou caído de moda. Ganhos altos imexíveis se misturam com a causa legítima de servidores públicos que, na maioria, ganham uma miséria. Mais uma prova que, como no caso da reforma agrária, que todos apóiam desde que não seja preciso fazê-la, o grande desafio para quem quer mudar o Brasil é conseguir transformar retórica em fato.
De certa maneira, o fator Bill Gates no restaurante, ou o raciocínio pela média ilusória, é o que tem mantido a paz social no Brasil. Entre os grandes produtores rurais que nunca produziram e ganharam tanto, e as hordas de despossuídos no campo, na média estão todos bem. Entre os bancos que nunca lucraram tanto e o comércio e a indústria que penam, na média todos progridem. Entre a décima economia do mundo e a pior distribuição de renda do mundo, na média não está tão ruim assim. Entre os poucos que vivem a doce vida brasileira e os milhões que padecem da nossa desigualdade histórica, na média somos felizes. Entre uma Bélgica e uma Botsuana, na média somos, sei lá... um Brasil. E Antônio Ermírio e eu, na média, não temos do que nos queixar.
Luis Fernando Verissimo
Só uma ilusão parecida com a que nos tornaria mais ricos pela simples companhia do Bill Gates explica que, em meio à revolta generalizada com a reforma da Previdência – em boa parte procedente e justa – categorias inteiras se indignem com a diminuição de tetos de proventos que só afetaria uma minoria, entre elas os “marajás” tão execrados na retórica desde que o Collor se elegeu prometendo eliminá-los, há catorze anos. Entre os erros e acertos da sua reforma, o governo pode muito bem lamentar que, com o tempo, a caça a marajás tenha perdido seu charme político, ou caído de moda. Ganhos altos imexíveis se misturam com a causa legítima de servidores públicos que, na maioria, ganham uma miséria. Mais uma prova que, como no caso da reforma agrária, que todos apóiam desde que não seja preciso fazê-la, o grande desafio para quem quer mudar o Brasil é conseguir transformar retórica em fato.
De certa maneira, o fator Bill Gates no restaurante, ou o raciocínio pela média ilusória, é o que tem mantido a paz social no Brasil. Entre os grandes produtores rurais que nunca produziram e ganharam tanto, e as hordas de despossuídos no campo, na média estão todos bem. Entre os bancos que nunca lucraram tanto e o comércio e a indústria que penam, na média todos progridem. Entre a décima economia do mundo e a pior distribuição de renda do mundo, na média não está tão ruim assim. Entre os poucos que vivem a doce vida brasileira e os milhões que padecem da nossa desigualdade histórica, na média somos felizes. Entre uma Bélgica e uma Botsuana, na média somos, sei lá... um Brasil. E Antônio Ermírio e eu, na média, não temos do que nos queixar.
Luis Fernando Verissimo
A comunicação de pensamentos ocorre através de expressões compostas por palavras. Essas expressões devem estar organizadas de forma lógica.
Na filosofia a lógica é a disciplina que estuda as regras do raciocínio e do discurso. O estudo da lógica foi proposto pelo filósofo Aristóteles no século IV a.C.
Na filosofia a lógica é a disciplina que estuda as regras do raciocínio e do discurso. O estudo da lógica foi proposto pelo filósofo Aristóteles no século IV a.C.
- Silogismo: raciocínio lógico, dedutivo, formado por três afirmações, sendo que duas premissas e uma conclusão.
Exemplo de silogismo:
Exemplos de silogismos errôneos:
Todo homem é mortal.
Sócrates é homem.
Logo, Sócrates é mortal.
Exemplos de silogismos errôneos:
A Grécia é governada por Atenas.
Atenas é governada por mim.
Eu sou governado por minha mulher.
Minha mulher é governada por meu filho, criança de 10 anos.
Logo, a Grécia é governada por esta criança de 10 anos.
Deus é amor.
O amor é cego.
Steve Wonder é cego.
Logo, Steve Wonder é Deus.
Existem biscoitos feitos de água e sal.
O mar é feito de água e sal.
Logo, o mar é um biscoitão.
Beber álcool mata os neurônios.
...os neurônios que morrem são os mais débeis.
...se morrem os mais débil sobram os mais fortes e inteligentes.
Conclusão: quanto mais álcool bebo mais inteligente fico.
- Falácia: argumento que a primeira vista até pode parecer legítimo, mas que no fundo é falso, mal direcionado ou mal conduzido.
Se a gente investe milhões consegue recuperar o meio ambiente.
O meio ambiente foi recuperado.
Logo, investiram-se milhões.
O argumento é falso, na medida em que se pode recuperar o meio ambiente através de outras atitudes, como a coleta de lixo, uso sustentável dos recursos naturais, etc. Trata-se, portanto, de um argumento falacioso. A falácia não é necessariamente ou sempre uma mentira, porque nem sempre contém um valor moral e ludibriante. Trata-se muitas vezes de um puro erro lógico.
Sócrates nasceu em Atenas, filho de um escultor e de uma parteira exerceu diversas atividades durante sua vida, sendo soldado, escultor, senador e por fim filósofo. Entre suas preocupações filosóficas destinou especial atenção a problemática do homem, ou em outras palavras: “o que é a essência do homem”.
Sócrates defendia a ideia do “eu consciente”, ou seja, cada indivíduo é portador de uma “alma”, sendo composta por uma consciência intelectual e moral, portanto, cada ser humano é único. Nesse sentido, cada homem deve se preocupar em formular as suas próprias ideias e não as de outrem. Segundo Sócrates os homens devem deixar de se portar como ovelhas que seguem cegamente os outros, sem questionamentos, como, por exemplo, quando se submetem aos líderes políticos.
Questionava, portanto, o mundo e as pessoas a sua volta, e em seus colóquios, Sócrates se utilizava da ironia (explorar a contradição) como forma para levar o seu interlocutor a perceber as falhas de seu argumento e a partir disso buscar a sabedoria verdadeira dentro de si. Surge deste contexto a famosa expressão atribuída a Sócrates, apropriada do oráculo de Delos: “Conhece-te a ti próprio”.
Tal método, onde o filósofo auxilia cada um a trazer a tona, por meio da razão, a verdade que inata está dentro de si, recebeu o título de maiêutica, ou "parto do conhecimento", na media em que cada um deveria parir o conhecimento esconso em sua alma.
Nesse âmbito Sócrates defendia uma contínua e incansável busca pelo conhecimento: “Só sei que nada sei”. Essa postura leva a um contínuo questionar e a produção de novos saberes.
A ideia de Sócrates “Só sei que nada sei”, será apropriada por outros pensadores na formulação do ceticismo, que é a ideia de que a verdade é inalcançável, lançando-se dúvidas e desconfianças em relação a todas as argumentações. Contudo, é necessário destacar, que Sócrates, diferentemente dos céticos, acreditava na busca da verdade.
Diferenciava-se dos filósofos da época, os chamados sofistas, que eram mestres da retórica (a arte de bem falar, de persuadir, de convencer) e agiam como se fossem filósofos de “aluguel” onde relativizavam a ética e a moral e defendiam quem quer que fosse desde que recebessem a devida remuneração. Ou seja, de acordo com a crítica de Sócrates e Platão (o que efetivamente esvazia a concepção de virtude dos sofistas) os filósofos sofistas não priorizavam a verdade da argumentação, dando maior importância ao aspecto formal, à retorica e ao convencimento em si.
Sócrates preocupava-se com a valoração, como o “bem” e a “justiça”, e diferente dos sofistas que segundo sua visão praticavam “um vale tudo na argumentação” defendia a ideia da universalidade em relação aos valores.
Sócrates ao questionar determinados estratos sociais acabou sendo condenada a morte através da ingestão de cicuta. A acusação: corromper os jovens e desrespeitar os deuses. Mesmo podendo, não voltou atrás em seus ditos (o que poderia converter a sua pena em exílio).
Cartunista iraniano será punido com chibatadas.
Acima a caricatura que motivou a punição, que após a comoção da opinição pública internacional acabou sendo cancelada.
Acima a caricatura que motivou a punição, que após a comoção da opinição pública internacional acabou sendo cancelada.
Curte lá no face tb!
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