Trabalho e o sistema de castas na Índia


A Índia ainda hoje é conhecida (em parte através da mídia televisiva) por seu sistema de castas. Por volta de 2 mil a.C. a sociedade indiana passou por um processo de organização resultando na criação de quatro castas que representariam partes do corpo de Brahma, uma das principais divindades do hinduísmo (Brahma faz parte da chamada Trimurti que seria uma tripla divindade suprema formada por: Brahma, que representa a criação do universo; Vixnu, que diz respeito a conservação do universo; e Xiva, que representa a destruição).

Formaram-se, portanto, quatro castas: brâmanes (a boca de Brahma) compostos pelos sacerdotes, filósofos e professores; xátrias (os braços) que eram os guerreiros e governantes; vaixás (as pernas) que dizia respeito aos comerciantes e agricultores; e por fim, sudras (os pés) que eram os artesãos, operários e camponeses. 

Não existe mobilidade social nesse sistema e o casamento entre diferentes castas era proibido, mesmo que na prática isso tenha ocorrido criando-se inúmeras subdivisões de castas. Têm-se ainda os chamados dalits (o pó sob os pés de Brahma) que seriam descendentes daqueles que teriam violado o sistema de castas, tornando-se párias ou intocáveis e passando a ser considerados impuros pelos demais que evitam tocá-los. Esses indivíduos, que são considerados menos que humanos e sequer fazem parte do sistema de castas ficaram responsáveis pelas atividades menos valorizadas.

Aos intocáveis, só é permitido usar as roupas que acham no corpo dos mortos. Eles sofrem de restrições sociais extremas. Não podem rezar no mesmo templo e não podem beber da mesma corrente de água, pois poderiam poluir a água e indiretamente poluir as outras castas que bebessem dali.




Imago História

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