Moral (3 de 3) - O ato moral

Desejo X vontade

O homem deve agir a partir de sua vontade consciente e não do seu desejo.

Desejo – permeado pelo impulso exige a imediata realização (eu faço).

Vontade – é permeada pela escolha, e se manifesta como um freio em relação ao desejo (tenho vontade de fazer, mas não faço, ou seja, é um controle). A moral surge, portanto, do controle do desejo. Evidentemente, não se trata da repressão do desejo, pois o que se busca não é a sua anulação, mas a consciência clara do indivíduo que escolhe e decide o que deve ser feito em determinada situação.

Seguir o impulso do desejo sem a reflexão significa não apenas a negação da moral com também um indicativo da impossibilidade de se viver em sociedade.

Heteronomia X autonomia

O homem deve refletir a respeito das condicionantes de sua vida. Assim, o dever moral não pode ser entendido como constrangimento externo, como coação de uns sobre outros, pois a submissão ao dever precisa ser livremente assumida. Ou seja, só há autêntica moral quando o indivíduo age por sua própria iniciativa, enquanto ser de liberdade.

Heteronomia – (diferente/lei) Quando falamos de heteronomia referimo-nos a aceitação de leis ou normas que não são nossas e com as quais não temos identificação.

Autonomia – (próprio/lei) A autonomia diz respeito ao cumprimento da norma criada por si mesmo, a partir da reflexão das condicionantes limitantes da moral de uma época. Assim a autonomia é a obediência a uma determinação de si mesmo, uma autodeterminação.

Sociedade de indivíduos e reciprocidade

Para realizar um ato moral transformador da própria moralidade instituída é necessário que o indivíduo seja consciente de sua ação transformadora tendo em perspectiva o conjunto maior que compõem a sociedade de indivíduos, ou o que se costuma denominar de intersubjetividade. Nesse âmbito o ato moral transformador leva em conta a reciprocidade, a responsabilidade e a solidariedade em relação aos outros indivíduos.

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