Os Francos e o Império Carolíngio

Os francos habitavam a região de fronteira entre a França e a Alemanha dos dias de hoje. Sofrendo a pressão dos hunos, o Império Romano permitiu que muitos francos adentrassem as fronteiras do Império por meio do sistema de colonato, como uma estratégia que os romanos utilizavam para resguardar as fronteiras contra outros povos bárbaros como os hunos.


Em 481 Clóvis começou a liderar os francos com apenas 16 anos, conquistando toda a antiga província romana da Gália, nunca sendo derrotado em combate. Na tentativa de resgatar o Império Romano, Clóvis consegue unificar os francos, casa-se com uma princesa cristã (Clotilde) converte-se ao cristianismo e inicia uma nova dinastia. 


O cristianismo deu coesão aos francos. Uma aliança que beneficiava os dois lados na medida em que a Igreja ganhava terras e a proteção dos francos, e os francos por sua vez o apoio e legitimidade da Igreja.

Com a morte de Clóvis, gradativamente um novo personagem entre em cena no centro do poder entre os francos, o “major domus” ou mordomo. Trata-se de um administrador da casa real, que aos poucos vai se transformar no verdadeiro detentor do poder entre os francos Em alguns casos os reis vão desempenhar funções meramente cerimoniais, nestes casos poderíamos comparar o mordomo a um primeiro-ministro em uma monarquia constitucional. Com o tempo o cargo de mordomo se tornou hereditário dando origem a poderosos mordomos que escamotearam a figura do rei tomando o poder para si. Isso aconteceu, por exemplo, no final do governo de Carlos Martel, que reinou com o título de “dux et princeps Francorum” (duque e príncipe dos Francos).

Carlos Martel (que governava em nome desses chamados “reis indolentes” – a alcunha se deve a pouca participação dos reis no poder) liderou os francos contra a expansão muçulmana, impedindo a invasão dos árabes na Europa. Assim, a partir da vitória na Batalha de Poitiers começa a centralizar o poder em suas mãos, tornando-se muito poderoso.

Com a morte de Carlos Martel seu filho Pepino, o Breve (Breve, porque não era muito alto) se torna mordomo e toma a coroa dos merovíngios em 751, tornando-se rei dos francos, obtendo posteriormente o reconhecimento do papa. É o início da dinastia Carolíngia.

Com a morte de Pepino, chega ao poder seu filho, Carlos Magno, que consegue gradativamente ampliar dos domínios dos francos vencendo outros povos germânicos, até formar um grande império que abarcava boa parte da Europa. 

Em Roma, Carlos Magno é coroado pelo Leão III imperado do Império Romano Germânico, governando o agora Império Carolíngio por 46 anos (768-814). A coroação de Carlos Magno ocorre no dia 25 de dezembro de 800.

Carlos Magno era analfabeto, contudo, ele valorizou a cultura, artes e filósofos, com a reprodução de inúmeras obras clássicas (centros com monges copistas). Reunia sábios e poetas do mundo inteiro em sua corte. Retomou a utilização do latim e ordenou que fosse utilizada em igrejas e mosteiros de seu Império. Os mosteiros, que se mostraram importantes centros de copistas tornar-se-iam os embriões das futuras universidades, que começariam a surgir no século XI.

Para manter o controle de seus amplos territórios, Carlos Magno descentraliza o poder nomeando governadores no interior (condes e marqueses, os últimos protegiam as “marcas”, ou seja, fronteiras do Império Carolíngio) e recompensava guerreiros nobres doando terras (beneficium), sendo que e a terra recebida tinha o nome de (dominium). Trata-se da estrutura básica que dará origem ao sistema feudal. Esses indivíduos que se destacavam e ganhavam terra recebiam o nome de vassalos (nobres do Império Carolíngio).

Posteriormente o Império Carolíngio será dividido em três partes (que correspondem à parte da Alemanha, França e Itália), sendo atacados por novas invasões bárbaras no século IX e X até a destruição total do Império Carolíngio. 




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