Segurança e soberania alimentar

Segurança Alimentar

Trata-se da lógica que vem se consolidando desde o pós Segunda Guerra de que todas as pessoas têm direito a alimentação sadia e nutritiva, e é dever do Estado desenvolver políticas públicas para garantir esse direito (por exemplo, distribuição de alimentos, cestas básicas ou programas de renda mínima).

Soberania Alimentar

Conceito desenvolvido a partir de 1996 defende a concepção de que o alimento é um direito humano, não apenas uma mercadoria, não podendo, portanto ficar totalmente vinculado à renda dos indivíduos e ao poder das grandes empresas que controlam o mercado de alimentos. Assim seria necessário garantir o acesso aos alimentos para todos os indivíduos em quantidade e qualidade suficientes para garantir uma vida saudável. 

Dentro dessa lógica podemos afirmar que a fome e a pobreza não resultam da insuficiência técnica para produção e distribuição de alimentos, ou mesmo, pela falta de terras férteis, mas são consequências da produção voltada para o lucro, ou em outras palavras, a produção de alimentos em maior quantidade e menor tempo, especialmente em decorrência dos avanços tecnológicos não se traduzir na eliminação da fome e pobreza no mundo.

Durante os últimos cem anos, desenvolvimentos tecnológicos, econômicos e políticos criaram uma rede de segurança cada vez mais robusta, que separa a humanidade da linha biológica da pobreza. Ondas maciças de fome ainda atingem algumas regiões de tempos em tempos, mas são exceções, quase sempre provocadas por políticas humanas e não por catástrofes naturais. Não ocorrem mais surtos de fome por causas naturais; há apenas fomes políticas. Se pessoas na Síria, no Sudão ou na Somália morrem de fome, é porque alguns políticos querem que elas morram”. (Homo Deus, Yuval Noah Harari)

Assim para serem soberanos de sua existência todos os povos devem os recursos e condições técnicas necessárias para produzir em seu território todos os alimentos básicos de que seu povo necessita. 

Na verdade, na maioria dos países, o hábito de comer demais tornou-se um problema muito pior que o da fome. Conta-se que, no século XVIII, Maria Antonieta aconselhou as massas famintas a que, se ficassem sem pão, comessem brioches. Os pobres hoje estão seguindo literalmente esse conselho. Enquanto os moradores ricos de Beverly Hills, nos Estados Unidos, comem salada de alface e tofu no vapor com quinoa, nos cortiços e guetos os pobres se empanturram com bolinhos recheados, salgadinhos artificiais, hambúrgueres e pizzas. Em 2014, mais de 2,1 bilhões de pessoas apresentavam excesso de peso em comparação com 850 milhões que sofriam de subnutrição. Prevê-se que metade da humanidade estará com excesso de peso em 2030.4 Em 2010, fome e subnutrição combinadas mataram cerca de 1 milhão de pessoas, enquanto a obesidade matou 3 milhões”. (Homo Deus, Yuval Noah Harari)


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