A política de café-com-leite marcou o período da Primeira República (1889-1930). De acordo com essa política a oligarquia dos estados de Minas Gerais e São Paulo se alternavam no poder. Contudo, desde o início da década de 1920 já existiam fortes sinais de esgotamento dessa política. Nesse sentido, o ano de 1922 foi emblemático, com vários acontecimentos que potencializam os questionamentos como a Semana de Arte Moderna, os Movimentos Tenentistas e a fundação do Partido Comunista.
Para além dos possíveis sinais, a crise na política oligárquica ocorreu a partir da insistência do presidente Washington Luís (que representava São Paulo) em indicar Júlio Prestes (presidente da província de São Paulo) à sua sucessão para as eleições de 1930. Os mineiros, então contrariados com a oligarquia paulista, aliaram-se aos gaúchos e paraibanos, formando a Aliança Liberal, onde surge a figura de Getúlio Vargas como candidato à presidência da República com o paraibano João Pessoa como vice-presidente.
A Aliança Liberal, “coalizão de forças tão díspares em torno de Getúlio provocou a exultação de uns, mas também a estranheza de outros. A Aliança Liberal passou a ser comparada a uma espécie de “Arca de Noé”, onde cabiam “animais políticos” de todas as espécies, de velhos oligarcas, como Artur Bernardes, Epitácio Pessoa e Wenceslau Brás, a empedernidos insurgentes, como João Alberto e Siqueira Campos, incluindo ainda notórios liberais, como o jornalista Júlio de Mesquita e, em especial, Assis Brasil, que defendia em seus escritos teóricos a pureza do voto e da representação popular.” (Getúlio: Do Governo Provisório à ditadura do Estado Novo. (1930-1945) / Lira Neto. – 1ª ed – São Paulo : Companhia das Letras,. 2013.)
No mesmo período, a grande crise econômica de 1929 atingia fortemente o Brasil, arruinando os cafeicultores, aumentando o desemprego e a insatisfação popular. Vargas, por sua vez, discursava suas promessas, destacando:
Incentivo à indústria nacional e apoio ao trabalhador.
Novas leis trabalhistas, e regulamentação do trabalho feminino e infantil.
Voto secreto e a criação da Justiça Eleitoral.
Anistia aos militares e revoltosos da década de 1920.
Em face à crise, a radicalização do movimento tenentista, a insatisfação da classe média e urbana e os clamores populares, em especial da classe operária, sua popularidade crescia rapidamente.
Mesmo assim, em eleições fraudadas de parte a parte, Vargas é derrotado por Júlio Prestes, candidato da oligarquia paulista. Inconformados com a derrota, a Aliança Liberal com apoio de setores militares começa a conspirar contra o governo eleito. A situação se torna delicada em 26 de julho de 1930, quando João Pessoa é assassinado.
O caminho estava aberto, e no começo do mês de outubro de 1930, Vargas e seus aliados deixam o Rio Grande Sul em direção ao Rio de Janeiro, decididos a tomar o poder. Os militares se antecipam a chegada dos revoltosos, depondo o presidente Washington Luís, formando uma Junta Militar e entregando posteriormente o poder a Vargas.
Tem mais sobre a Era Vargas! Vamos ler mais um pouco!
A Era Vargas (1 de 5) - A Revolução de 1930
A Era Vargas (2 de 5) - Governo Provisório - 1930-34
A Era Vargas (3 de 5) - O Governo Democrático - 1934-37
A Era Vargas (4 de 5) - O Estado Novo - 1937-45
A Era Vargas (5 de 5) - O Estado Novo - 1937-45 (Industrialização, populismo e benefícios sociais)
1 Comentários
Olá. Adorei o blog. Estava procurando na rede uma imagem que retratasse a política do café com leite e me deparei com o bicho da história. Perfeito e curioso. Já estou seguindo e irei recomenda-lo.
ResponderExcluirPretendo ler suas postagens com mais tempo. =)
Espero sua visita =D
http://passosdaval.blogspot.com/
bjs