A política de café-com-leite marcou o período da Primeira República (1889-1930). De acordo com essa política a oligarquia dos estados de Minas Gerais e São Paulo se sucediam no poder. Contudo, desde o início da década de 1920 já havia fortes sinais de esgotamento dessa política. Nesse sentido, o ano de 1922 foi emblemático, com vários acontecimentos que potencializavam os questionamentos como a Semana de Arte Moderna, os movimentos tenentistas e a fundação do Partido Comunista.
Contudo, a crise nessa tradicional política oligárquica ocorreu a partir da insistência do presidente Washington Luís (que representava São Paulo) em indicar Júlio Prestes (presidente da província de São Paulo) à sua sucessão para as eleições de 1930.
Os mineiros contrariados com a oligarquia paulista aliaram-se com gaúchos e paraibanos formando a Aliança Liberal, onde surge a figura de Getúlio Vargas como candidato à presidência da República com o paraibano João Pessoa para vice-presidente.
No mesmo período, a grande crise econômica de 1929 atingia fortemente o Brasil, arruinando os cafeicultores, aumentando o desemprego e a insatisfação popular. Vargas, por sua vez, discursava suas promessas, destacando-se:
· Incentivo à indústria nacional e apoio ao trabalhador.
· Novas leis trabalhistas, e regulamentação do trabalho feminino e infantil.
· Voto secreto e a criação da Justiça Eleitoral.
· Anistia aos militares e revoltosos da década de 1920.
Em face à crise, a radicalização do movimento tenentista, a insatisfação da classe média e urbana e a insatisfação do povo, em especial da classe operária, sua popularidade crescia rapidamente.
Mesmo assim, em eleições fraudadas de parte a parte, Vargas é derrotado por Júlio Prestes, candidato da tradicional oligarquia paulista. Inconformados com a derrota, a Aliança Liberal com apoio de setores militares começa a conspirar contra o governo eleito. A situação se torna delicada em 26 de julho de 1930, quando João Pessoa é assassinado.
O caminho estava aberto, e no começo do mês de outubro de 1930 Vargas e seus aliados deixam o Rio Grande Sul em direção ao Rio de Janeiro, decididos a tomar o poder. Os militares se antecipam a chegada dos revoltosos, depondo o presidente Washington Luís, formando uma Junta Militar e entregando posteriormente o poder a Vargas.
Mas será que 1930 foi realmente uma Revolução? Se pensarmos em alterações significativas nas relações e estruturas da sociedade brasileira, não: a terra continuou na mão de seus antigos proprietários, o café continuava sendo o principal produto de exportação e a população rural continuou refém das mesmas relações de dominação.
Tem mais sobre a Era Vargas! Vamos ler mais um pouco!
A Era Vargas (1 de 5) - A Revolução de 1930
A Era Vargas (2 de 5) - Governo Provisório - 1930-34
A Era Vargas (3 de 5) - O Governo Democrático - 1934-37
A Era Vargas (4 de 5) - O Estado Novo - 1937-45
A Era Vargas (5 de 5) - O Estado Novo - 1937-45 (Industrialização, populismo e benefícios sociais)
Olá. Adorei o blog. Estava procurando na rede uma imagem que retratasse a política do café com leite e me deparei com o bicho da história. Perfeito e curioso. Já estou seguindo e irei recomenda-lo.
ResponderExcluirPretendo ler suas postagens com mais tempo. =)
Espero sua visita =D
http://passosdaval.blogspot.com/
bjs