Globalização (5 de 6) - A época do capitalismo monopolista (após a Primeira Grande Guerra até a Crise de 1929)


Trata-se do período em que o liberalismo estava em voga, ocorrendo uma grande concentração de capitais nas mãos de poucas pessoas, com a suposta desculpa de enfrentar a concorrência, levando ao monopólio e ao oligopólio de vários setores da economia.

· Monopólio – Quando uma empresa domina a oferta de determinado produto ou serviço.

· Oligopólio – Um grupo de empresa domina a oferta de determinado produto ou serviço.

Existem várias formas de oligopólio, podendo-se destacar:

· Cartel – Trata-se de empresas que fazem ou oferecem produtos semelhantes, e embora independentes entre si fazem acordos explícitos ou implícitos para dominar o mercado desses produtos. Entre os objetivos do cartel está a eliminação da concorrência e o aumento dos preços dos produtos, potencializando os lucros e prejudicando os consumidores.

· Truste – Acordo entre empresas que abrem mão de sua independência legal e se unem para constituir uma única organização com a finalidade de dominar determinada oferta de produtos ou serviços.

Trustes verticais – empresas que trabalham no mesmo ramo de produtos, controlando toda a produção de determinado gênero industrial, desde a matéria-prima até o produto acabado.

Trustes horizontais – Empresas que trabalham no mesmo ramo de produtos, controlando a economia de determinado ramo.

· Conglomerado – Empresas que diversificam sua produção para dominar a oferta de determinados produtos ou serviços.

· Holding – Trata-se de uma empresa criada para administrar outras, possuindo a maioria das ações (administra os grandes conglomerados).

Esse período de excesso liberalismo com a falta de regulamentos e a ambição especulativa dos norte-americanos levará ao colapso da Bolsa de Valores de Nova York em 1930, um dos maiores solavancos sofridos pelo sistema capitalista em todos os tempos.

Durante a Primeira Guerra Mundial e no começo da década de 1920 a economia capitalista norte-americana alcançou uma extraordinária expansão na medida em que os norte-americanos ficaram responsáveis pelo fornecimento de matérias-primas, produtos industrializados, armamentos e alimentos para a Europa. Para ter uma ideia do poderio econômico dos EUA, metade do estoque mundial de ouro estava em suas mãos.

Com a final da guerra, durante boa parte da década de 1920, os Estados Unidos continuaram com sua economia superaquecida, afinal de contas era necessário reconstruir a Europa. Essa euforia durante a década de 1920, mesmo muito próximo da eclosão da crise, durante o governo de Hebert Hoover originou o ideal da “american way of life”, ou “estilo americano de vida” que apregoava a contínua busca por uma melhor qualidade de vida, que na maioria das vezes pode ser resumida em consumo desenfreado.

As indústrias, estimuladas pela expansão do crediário, produziam bens de consumo, ou os chamados “sonhos de consumo” em ritmo alucinante. Os americanos, por meio do crediário passaram a não apenas sonhar, mas comprar bens sem a certeza de que teriam condições de quitar a divida.

No final da década de 1920, a economia norte-americana mostrava sinais que a levariam a um grande colapso. A Europa já tinha se recuperado da guerra e como consequência diminuíram drasticamente a importações de produtos americanos.

Ocorreu o aumento dos estoques e com ele uma grande desconfiança em relação ao futuro dessas empresas, levando os indivíduos a retiraram seus investimentos da Bolsa de Valores. Assim, as ações que eram negociadas na Bolsa de Valores, e que estavam inflacionadas com a euforia da década de 1920, simplesmente se esvaíram, ocasionando uma grande desvalorização das ações e a quebradeira geral das empresas e indústrias.

No dia 23/10/1929 em menos de uma hora foram vendidas mais de 2,5 milhões de ações. No dia seguinte, quando as pessoas chegaram para vender suas ações simplesmente não existia mais ninguém disposto a comprar e os preços das ações despencaram.

Com o efeito da crise pessoas ricas tornaram-se pobres em poucas horas. As empresas passaram a demitir em massas, o número de suicídios aumentou vertiginosamente, a pobreza, o desemprego e a mendicagem explodiu. Para ter uma ideia do efeito desastroso da crise em 1929 existia cerca de 10 milhões de desempregados no mundo, em 1932 o número de desempregados alcançava a impressionante marca de 40 milhões; quase todos os bancos quebraram (mais de 3 mil) com milhões e milhões de pessoas perdendo suas poupanças e investimentos; nesse mesmo período mais de 100 mil indústrias paralisaram as suas atividades (na medida em que não havia mais dinheiro para ser investido nas indústrias). Em 1932 o comércio mundial tinha-se reduzido a apenas um terço do que era antes do início da crise. 


A recuperação das economias capitalistas aconteceu lentamente no decorrer da década de 1930. Para tanto foi de fundamental importância à incorporação das ideias de John Maynard Keynes, que constitui uma importantíssima mudança de política econômica em nível mundial, onde se abandona a concepção de livre-mercado em prol da intervenção do estado na economia. As ideias de Keynes foram adotadas pelo presidente Roosevelt, através de um programa de recuperação econômica, conhecido como New Deal, que afirmava a necessidade do Estado interferir na economia, com a finalidade de garantir emprego a todas as pessoas. Entre as medidas tomadas, pode-se destacar:

· Amento dos gastos públicos com construção de obras (finalidade de aumentar os postos de trabalho);

· Criação de benefícios como o seguro-desemprego, garantias aos idosos e criação da Previdência Social;

· Regulação do trabalho, com a proibição do trabalho infantil e limitação da jornada de trabalho para 8 horas (aumentar os postos de trabalho);

· Aumento dos salários e fixação dos preços dos produtos (aumentar a renda e o consumo);

· Empréstimos aos fazendeiros arruinados (retomada das atividades econômicas).

Imago História

Nenhum comentário:

Postar um comentário