A "segunda fase" da globalização relaciona-se com o advento da Revolução Industrial. No final do século XVIII e durante o século XIX, primeiramente a Inglaterra, e depois outras potências, passaram por um intenso processo de industrialização, onde a tecnologia impulsionou os interesses da burguesia industrial mundo afora, dando origem a uma onda imperialista, ou neocolonialista.
O termo imperialismo deriva do latim, e significa, “ter o poder de mandar”. Em poucas palavras, trata-se da imposição de um controle direto ou indireto de um estado, povo ou nação sobre outro.
A história está repleta de exemplos de grandes conquistadores que adotaram práticas imperialistas para dominarem imensas extensões territoriais, riquezas e povos. Um exemplo de um grande império na antiguidade foi o de Alexandre o Grande, que dominou as cidades gregas e subjugou a Ásia, tendo aos seus pés boa parte do mundo conhecido da época.
No século XIX, contudo, o imperialismo vai adquirir uma nova roupagem, buscando atender os interesses da burguesia industrial e financeira. A entrada de novos países na corrida industrial fez com que se ampliasse a busca de territórios que fornecessem matérias-primas e que se constituíssem enquanto mercados consumidores e áreas para investimentos de capitais excedentes.
No imperialismo de finais do século XIX o Estado tinha, portanto, a função de conquistar territórios e povos que facilitassem a expansão do capital e da industrialização do país. Nesse sentido, era bastante comum que os Estados europeus mandassem tropas para submeter os povos nativos e organizar e administrar as regiões dominadas. Esse ímpeto imperialista levará em especial à partilha do continente Asiático e Africano.
Para dominar e subjugar imensas regiões e milhares de pessoas era necessário algumas justificativas. Elas existiam e eram apoiadas por amplos setores da sociedade dos países imperialistas que se sentiam superiores às populações dominadas. Entre as falácias que justificavam essa dominação pode-se citar:
• A necessidade de levar o progresso e a civilidade para as nações atrasados. Segundo essa lógica, os povos dominados eram considerados atrasados e incivilizados e cabia às nações europeias a missão de civilizar essas regiões errantes.
• O etnocentrismo, que se baseava na ideia de que alguns povos eram superiores a outros.
• Darwinismo social. Simulacro na teoria da evolução de Darwin, defendia que a teoria da seleção natural aplicava-se às sociedades humanas, e neste caso, os europeus eram mais evoluídos e progrediam mais rapidamente, tendo o direito, portanto, de quando em contato com os “selvagens” subjugá-los e crescer à custa de seu sacrifício. Ou seja, por serem menos evoluídos estaria condenada a extinção.
Trata-se, portanto, de uma expansão do capital industrial em busca de matérias-primas, mercados consumidores e locais propícios para rentabilizar os investimentos.
O século XVIII é marcado também pela expansão das ideias liberais da burguesia, que passaram a dominar a maioria dos países europeus. Em termos de legitimação ideológica temos a fundamental contribuição de Adam Smith, em especial com a sua obra “A riqueza das nações” (1776), onde defendia o liberalismo na economia, por exemplo, com a teoria da oferta e da procura, onde sugeria a existência de uma “mão invisível” do mercado, que seria responsável por uma regulação automática das atividades produtivas. A mão do mercado faria o papel de redirecionar as forças produtivas de acordo com as necessidades da população, e a concorrência entre os produtores seria benéfica para toda a sociedade.
Ainda, entre as características dessa fase da globalização, pode-se citar:
• Uma nova postura em relação à escravidão. Uma vez que se procurava expandir os mercados em busca de consumidores, a escravidão passa a ser vista como retrógrada, ou seja, as pessoas escravizadas não se constituem plenamente na concepção de consumidores de mercadorias.
• Migração de milhões de europeus para América.
• Novas invenções que aproximam as pessoas, como a locomotiva, o barco a vapor, o telégrafo e o telefone e o avião.
A charge retrata um dos principais defensores da política neocolonialista na Europa: Cecil Rodhes. Observe que na imagem Rodhes procura estabelecer o controle de toda a África.
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