Independência das treze colônias americanas (3 de 3): Organização Política dos EUA

Em 1776 os representantes das colônias se reuniram no II Congresso Continental da Filadélfia, onde se decretou a separação das treze colônias com a elaboração (com grande contribuição de Thomas Jefferson) da Declaração de Independência, no hoje célebre dia 4 de julho. Veja, abaixo, um pequeno trecho da Declaração:

“(...) estas colônias unidas são e de direito têm de ser Estados livres e independentes (...) e toda a ligação política entre elas e a Grã-Bretanha já está, e deve estar totalmente dissolvida (...)”.

A Declaração defendia a resistência à tirania, onde o povo tinha o direito de defender as prerrogativas acerca do direita a vida, a liberdade e a busca da felicidade.

À Declaração das colônias americanas segue-se uma longa e difícil guerra contra os ingleses vencida somente em 1781.

No início da guerra os ingleses atacaram a América com força total, em uma operação marítima que eles somente conseguiriam superar em termos de grandiosidade no Dia D, em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial. A guerra começava desigual e arrasadora. Nova York foi esmagada e quatro mil rebeldes morreram. Os rebelados capturados em combate foram enclausurados em navios prisões, onde mais de 12 mil pessoas morreram o que representa nada menos que 90% dos combatentes capturados.

George Washington, que era o comandante das tropas derrotadas em Nova York resolveu levar seus soldados sobreviventes para o interior do território, e passou a utilizar a tática de guerra de guerrilha, onde eliminava os nativos que serviam como batedores para as tropas inglesas e posteriormente os oficiais ingleses. Sem batedores com conhecimento do território e sem oficiais competentes no comando os soldados ingleses se tornavam alvos fáceis para os atiradores rebeldes.

George Washington tinha uma habilidade formidável em comandar e, principalmente, potencializar o poder de ação de suas forças disponíveis. Treinou suas tropas tornando-as uma máquina de guerra. Incorporou a baioneta (uma lâmina adicionada ao fuzil) às armas utilizadas pelas tropas americanas, uma novidade revolucionária, utilizou a espionagem e a ajuda estrangeira para se tornar o único país a conseguir a sua independência frente à Inglaterra por meio da via bélica.

Entre os países que auxiliaram os Estados Unidos na guerra de independência estão à França – ótima oportunidade de se vingar dos ingleses – a Holanda e a Espanha. George Washington tornar-se-ia a figura mais iminente da guerra, o que o credenciaria para assumir o posto presidencial em 1789.

Em 1783 a Inglaterra acaba reconhecendo, através do Tratado de Paris a independência das treze colônias.

Uma vez conquistada a improvável liberdade frente a maior potência da época, era necessário reorganizar as relações de forças internas e definir as bases jurídicas do novo estado, o primeiro livre das Américas. Assim, em 1787 fica pronta a nova constituição, que apesar de receber modificações ao longo do tempo, continua válida até os dias de hoje.

Entre os principais aspectos da constituição cabe destacar o caráter federalista e presidencialista e a divisão dos três poderes. O presidente teria um mandato de quatro anos e seria eleito por um colégio eleitoral composto por representantes dos estados. No âmbito legislativo seriam duas as instâncias decisórias, a Câmara dos Representantes, com deputados eleitos pelos estados de acordo com a população de cada estado. No caso dos estados do sul, onde os escravos eram predominantes, adotou-se uma medida paliativa, onde um terço dos escravos seria computado ao total da população, mesmo esses escravos não tendo direito a voto. A segunda instância decisória no legislativo era o Senado, com um ou dois representantes por Estado.

Cabe destacar, que apesar dos Estados Unidos terem estabelecido um modelo para a democracia moderna, não eram todos que tinham direito ao voto. A nova Constituição tratava os indivíduos de forma desigual. Não se previa, por exemplo, de forma alguma o fim da escravidão – que teria vida longa – ou a inclusão dos povos indígenas, ou mesmo a participação feminina na vida política do novo país. O voto era reservado aos homens brancos e era censitário, isto é, baseado em rendas mínimas comprovadas.


A imagem retrata as diferentes fases da vida de George Washington, uma das figuras mais importantes da história dos EUA.


Monte Rushmore, no estado americano de Dakota do Sul. Foram 14 anos de trabalho, planejando, dinamitando e esculpindo as faces de 18 metros de altura encravadas na montanha. A magnitude da escultura surpreende os visitantes. A cabeça de Washington (primeira a direita) é tão alta quanto um edifício de seis andares. Somente seu nariz mede 6 metros, sua boca, 5,5 metros de largura. Em sua escala, a figura inteira de Washington atingiria 141,7 metros de altura.


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