Independência das treze colônias americanas (2 de 3): Criação de novos impostos, Festa do Chá de Boston e Primeiro Congresso Continental da Filadélfia


Em face do endividamento com a Guerra dos Sete Anos, da concorrência significativa dos produtos americanos, e da crescente a ameaçadora autonomia colonial, a Inglaterra resolve mudar sua postura política em relação a sua mais preciosa colônia, aumentando a fiscalização e o controle político, proibindo a instalação de novas fábricas, criando novos impostos e intensificando a presença militar na região. 



Entre os novos impostos destaca-se: 

A decretação da Lei do Açúcar (1764) que taxava pesadamente o açúcar importado das Antilhas que era a matéria prima necessária a abundante produção colonial do rum, que gerava grandes lucros à burguesia local (além do açúcar o imposto aplicava-se sobre produtos de luxo como vinhos, café, seda, roupas, etc.). 

Em 1765 foi decretada a Lei do Selo, imposto sobre todos os livros, jornais e documentos. 

Ainda no ano de 1765, foi aprovada a Lei do Aquartelamento, obrigando os colonos a receberem tropas britânicas em suas propriedades. 

Em 1773 foi definido o monopólio do comércio do chá (1773), que proibia os colonos de importarem o chá de outros fornecedores que não fossem a inglesa Companhia das Índias Orientais. No final das contas, sem o intermediário local ao preço do chá cairia para o consumidor final, contudo, os interesses dos comerciantes burgueses coloniais seriam seriamente afetados. 


O mapa acima ilustra o chamada Comércio Triangular e a importância do açúcar para a burguesia norte-americana.

O que cabe destacar é que essa grande interferência britânica nas colônias americanas contrapunha-se a arraigada autonomia local, gerando uma grande insatisfação que partiu de praticamente todas as camadas sociais. Essa insatisfação ficou evidente no final de 1773, na célebre Festa do Chá de Boston, episódio onde cerca de 150 colonos, disfarçados de índios, invadiram três navios britânicos ancorados no porto de Boston e atiraram mais de trezentas caixas de chá ao mar. O episódio de Boston acabou se repetindo em várias outras cidades, com a destruição de cargas de chá, ou então, simplesmente, rejeição à compra do produto. 

Litografia de 1846, representando a Festa do Chá de Boston

Como represália o Parlamento Britânico aprovou as chamadas Leis Intoleráveis, que determinava o fechamento do Porto de Boston até que os prejuízos da Companhia das Índias Orientais fossem devidamente reparados, além é claro do julgamento dos responsáveis pela afronta. 

As Leis Intoleráveis marcam o início da reação colonial com a convocação do Primeiro Congresso Continental da Filadélfia em 1774, que contou com representantes de todas as colônias, com exceção da Geórgia. Os colonos exigiam a participação no Parlamento inglês e a invalidação das Leis Intoleráveis, uma vez que teriam sido estabelecidas sem a concordância dos colonos. No Congresso foram adotadas, também, medidas que incentivavam o rompimento com o comércio inglês e incentivavam o armamento dos colonos. 

Nesse sentido, os ideais iluministas, em especial a ideia dos direitos naturais do homem, o direito a liberdade, a propriedade e de se rebelar contra governos tirânicos disseminavam-se rapidamente. O clima tenso se intensificou com a chegada de novas tropas inglesas ao continente. A tentativa das tropas britânicas em destruir um depósito de armas dos colonos deu início a Batalha de Lexington em 1775, a primeira da guerra pela independência. 


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