Os Gregos Antigos (3 de 6) - A pólis de Esparta e a agogê

A pólis de Esparta 


A pólis de Esparta foi fundada no século IX a.C. pelos dórios em uma região fértil na Lacônia, que fica na Península do Peloponeso. 

Havia uma forte divisão social em Esparta, dando origem a classes distintas: 

Esparciatas ou espartanos – descendentes dos conquistadores dórios, eram homens com mais de 30 anos que formavam uma elite militar que concentrava em suas mãos o poder econômico, político e religioso. Somente os esparciatas poderiam, por exemplo, possuir escravos e ocupar cargos públicos. Dedicavam sua vida à política e ao treinamento para o exercício da guerra. 

Periecos – homens livrem que residiam na região periférica de Esparta e se dedicavam às atividades que não eram tão valorizadas pelos espartanos como o artesanato e o comércio. 

Hilotas – povos que habitavam a região da Lacônia e foram conquistados pelos espartanos, tornando-se servos da cidade-estado. Eram considerados propriedade da pólis e tinham o seu trabalho explorado, sendo obrigados a trabalhar para a pólis ou para os cidadãos espartanos. Deve-se destacar que os hilotas fornecerão a mão-de-obra necessária para a subsistência da pólis de Esparta. 

Esparta tinha uma oligarquia, com a seguinte estrutura política: 

· Dois reis pertencentes a diferentes famílias. 

· Gerúsia, que era um conselho de anciãos que representavam as famílias mais ricas da pólis, composta com 28 cidadãos maiores de 60 anos, além dos dois reis acima mencionados. A Gerúsia era responsável principalmente dos assuntos da política externa, o que é de fundamental importância para uma “cidade guerreira” como no caso de Esparta. 

· Apela. Assembleia formada por cidadãos com mais de 30 anos. 

· Éferos. A cada ano a Apela escolhia cinco cidadãos (os éferos) que tinham a função de preservar as tradições da pólis e fazer valer as leis instituídas ao longo do tempo. 

Como os espartanos eram em menor número se comparados com os hilotas, a manutenção do poder dos espartanos ocorria por meio de um intenso processo de militarização, que tinha como objetivo manter a ordem social, e que permeava a vida de todos os espartanos. 

Os espartanos tinham uma comida típica muito peculiar, que certamente sintetizava a preparação dos seus cidadãos para a guerra, trata-se do melas zomos, uma sopa a base de porco, vinagre sal e sangue suíno. 

Desde cedo, as crianças eram educadas e treinadas para desenvolver a obediência e a aptidão física, trata-se da dura educação espartana, que recebe o nome de agogê, uma das maiores obrigações da cidade-estado. Dentro da agogê podemos destacar: 

· As crianças que tivessem alguma deficiência física eram sacrificadas, pois no futuro não poderiam servir plenamente a pólis. 

· Com 7 anos os meninos eram separados da mãe para viver em regime de internato, onde receberiam formação militar e aprenderiam, sobretudo, a aguentar grandes sofrimentos e a respeitar o silêncio (deriva daí a expressão “homem lacônico”, uma vez que a Lacônia é a região da pólis de Esparta). 

· Com 18 anos o jovem espartano estava pronto para ingressar no exército espartano, contudo, seu treinamento continuaria até os 30 anos, quando se tornaria efetivamente um cidadão espartano e guerreiro hoplita. Estariam isentos de suas obrigações militares somente aos 60 anos, quando poderiam ser escolhidos para a Gerúsia. 

· As mulheres recebiam uma educação parecida com a dos homens, tendo o objetivo de tornar o corpo forte para gerar filhos sadios. 

Guerreiro espartano.

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