A flexibilização da produção e o toyotismo


A partir da década de 1970 a economia global vai sofrer por ocasião da Crise do Petróleo, que vai elevar de três para doze dólares o preço do barril. Para fugir da crise buscar-se-á soluções para potencializar os lucros, formas para se incrementar a produtividade do trabalho, com formas de flexibilização do trabalho e do mercado. 

A essa nova fase se costuma dar o nome de pós-fordismo ou acumulação flexível. Existem duas formas de flexibilização dentro desse processo: 

· A flexibilização dos processos de trabalho e de produção – Ocorre com a automação e a conseqüente eliminação do controle manual por parte do trabalhador. A informática a análise de sistemas e a programação eletrônica passam a ser fundamental dentro das indústrias e empresas. 

Por outro lado, com a automação não existem mais os trabalhadores específicos para funções específicas, tornando o trabalhador indispensável. Como conseqüência, o trabalhador deve se adaptar as mais diversas funções. É claro que essa nova configuração cria uma grande pressão e insegurança no trabalhador, um contínuo fantasma do desemprego. 

· Flexibilização e mobilidade dos mercados de trabalho – Pressionado os trabalhadores passam a utilizar as mais diversas formas de trabalho: doméstico, familiar, autônomo, temporário, de curto prazo, por hora, etc. Trata-se de formas de trabalho com baixo nível de especialização e quase nenhum direito trabalhista.

O Toyotismo 

O conjunto de modificações em relação à organização do trabalho a partir da década de 1970 ficou conhecido sob o rótulo do toyotismo, em referência a empresa japonesa Toyota, que na recessão do capitalismo da década de 1970 precisava engendrar estratégias para dinamizar a produção e competir com as indústrias americanas. Entre as principais características desse modelo, pode-se destacar: 

Produção de acordo com a demanda, automatização e o “Just in time” 

Trata-se da lógica do consumo orientando a produção das mercadorias. Deriva daí a necessidade da multiplicidade de funções e operações que o trabalhador deve dominar para poder atender as alterações na demanda de produção. 

Contudo para que esse sistema funcione é necessário uma grande automatização da produção, inclusive com ampla utilização de computadores para orientar a produção, regulando os estoques, ou o chamado just in time, que permite variar rapidamente a produção, atendendo as necessidades e exigências do mercado consumidor e como conseqüência possibilitar mudanças rápidas na técnicas e na organização do trabalho. 

A adoção desse modelo de organização da produção permite a manutenção de estoques mínimos, de acordo com a procura efetivada pelos consumidores. 

Terceirização de alguns setores

As grandes empresas contratam empresas para formar uma parceria em questões como marketing, pesquisa, desenvolvimento de produtos, produção de determinados componentes, entre outros. Contudo – essa é a parte desagradável – por meio da terceirização, muitas organizações procuram se livrar de funcionários que desempenhavam atividades complementares e consideradas não tão “necessárias” para o “foco” e objetivo da organização, como, por exemplo, segurança, limpeza e alimentação. 

A consequência para esses últimos é uma grande precarização das condições e dos benefícios advindos do trabalho. A ideia que ampara terceirização é a necessidade de reduzir as despesas com a burocracia e a manutenção de funcionários, concentrando-se naquilo que supostamente a empresa sabe “fazer de melhor”. Adota-se um “faz-de-conta” (de acordo com um suposto binômio conhecimento-tecnologia) onde os trabalhadores terceirizados tornam-se descartáveis, ou implicitamente forma-se em meio a uma névoa a ideia de que os trabalhos executados por alguns funcionários são inferiores, e, portando, os trabalhadores são dispensáveis.

Imago História

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