Trabalho, humanismo e a teoria da predestinação


A partir do século XV teremos importantes alterações em relação ao trabalho. Trata-se de um momento de importantes modificações políticas, culturas e econômicas. Além das Grandes Navegações nesse período temos a centralização do poder nas mãos dos reis, que aos poucos vão subjugando os senhores feudais. 

O Renascimento, por sua vez, com o seu ideal humanista vai alterar drasticamente a visão do homem, que passa a ser valorizado em sua individualidade e capacidade infinitas de criação. 

O trabalho passa a ser visto como uma forma de demonstração de toda capacidade de racionalidade e criação dos seres humanos. É a época dos grandes mestres como Michelangelo e Leonardo Da Vinci, grandes gênios da pintura, esse último atuando em diversas áreas do conhecimento humano. Com o ideal humanista o trabalho assume uma nova perspectiva, e passa a ser valorizado como expressão da inventividade humana. 

Igualmente importante, o século XVI será palco das Reformas Religiosas, especialmente o Calvinismo, que irá endossar as práticas capitalistas através da idéia da predestinação. Durante séculos os católicos condenaram a “usura”, ou lucro desproporcional, tratando-o como um pecado. O calvinismo vai alterar essa imagem em relação à acumulação de capitais, na medida em que a doutrina da predestinação defende que alguns homens são escolhidos para serem salvos por Deus, e que a acumulação de capitais pode ser interpretada como um dos sinais de que você é um predestinado, ou seja, que foi escolhido por Deus. Trata-se de uma nova perspectiva em relação ao trabalho, disciplina em relação à sociedade pautada no “esbanjamento” e uma positividade em se tratando do acúmulo de dinheiro.




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