Predominou
na Europa entre os séculos XV e XVII. Trata-se da primeira manifestação do
Estado moderno, a partir da crise do sistema feudal, perdurando até as
revoluções burguesas do século XVIII (Revolução Francesa e Industrial, além da
Independência dos Estados Unidos).
Para
definir o Estado absolutista podemos utilizar a célebre frase de Luís XIV
(1638-1715): “O Estado sou eu!”
(L’état c’est moi!). No absolutismo temos a unidade territorial e todo o poder
está concentrado nas mãos dos reis. Entre as características do Estado absolutista
pode-se destacar:
- O Estado intervinha na economia por meio da concessão de monopólios (em especial aos grandes mercadores), fixação de preços e tarifas, controle da moeda e dos metais preciosos e cobrança de impostos.
- Ao Estado estava reservada a prática da justiça.
- O Estado passou a formar exército regular formado por súditos ou mercenários contratados.
- Prevalecimento da “sociedade de corte”, com nobrezas palacianas que cortejavam os reis.
- A adoração da figura do rei. Na França e Inglaterra prevaleceu a “teoria do direito divino dos reis”, onde se defendia a ideia que o mandato real era outorgado por Deus e somente a ele o monarca deveria prestar contas. Na França, por exemplo, se acreditava que um simples toque do rei poderia curar doenças.
Um
dos pensadores mais importantes na legitimação do Estado absolutismo foi Thomas
Hobbes. A partir das contestações ao absolutismo e a teoria do direito divino
dos reis no século XVII, Hobbes se preocupou em justificar racionalmente e
legitimar o poder do Estado, sem a necessidade de recorrer a subterfúgios
religiosos.
Para
justificar a legalidade do estado Hobbes recorre ao suposto “estado de
natureza” sintetizada na famosa máxima “o
homem torna-se o lobo do próprio homem” e a ideia de contrato social,
necessário para o ordenamento social.
Para
Hobbes o poder do soberano deve ser ilimitado, sob o risco de voltar o estado
de guerra. O soberano, portanto, não pode ser julgado. O estado jamais pode ser
contestado. Metaforicamente, Hobbes utiliza a imagem do Leviatã, animal
monstruoso e cruel, mas que defende os peixes menores de serem comidos pelos
maiores. O poder do Estado para Hobbes se exerce pela força, pois somente ela
pode aterrorizar os homens: “os pactos
sem a espada não são mais que palavras”.
Investido
de poder, o soberano não pode ser destituído, punido ou morto. Tem o poder de
prescrever as leis, escolher os conselheiros, julgar, fazer a guerra e a paz,
recompensar e punir. Hobbes preconiza ainda a censura, já que o soberano é juiz
das opiniões e doutrinas contrárias à paz.
- Deve-se lembrar de que para além da legitimidade religiosa, a religião serviu como base para a centralização do poder, com a submissão da Igreja ou o caráter confessional do Estado, isto é, a religião escolhida pelo rei deveria ser a religião de todos os súditos.
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