Desenvolvimento a partir do
século VII no Oriente, entre os árabes que viviam na península Arábica e se
dedicavam:
- À agricultura e ao pastoreio, atividades muitas vezes desenvolvidas nos chamados oásis, que poderiam chegar a dezenas de quilômetros quadrados, onde produziam trigo, figos, tâmaras, além da criação de carneiros, cabras e camelos.
- Ao comércio caravaneiro (os chamados beduínos do deserto), ou o comércio nas cidades litorâneas (população sedentária que viviam na chamada “Arábia Feliz”). Os árabes eram os responsáveis pela ligação entre a Europa e o Oriente, sendo responsáveis pelo comércio das especiarias muito apreciadas pelos nobres europeus.
Até o século VII não existia um
poder centralizada na península Arábica, sendo que o que unia esses povos era a
língua e a religião. Dividiam-se em tribos e clãs, sendo que o chefe do grupo
era escolhido entre os homens mais velhos e era chamado de sheik.
Antes do islamismo os árabes eram
politeístas e animistas, ou seja, acreditavam que elementos da natureza como
arvores e pedras eram habitados por espíritos, sendo que chegavam a venerar
mais de 360 divindades.
Existia também uma cidade sagrada
onde os árabes peregrinavam para fazer suas oferendas, trata-se da cidade de
Meca. Dentro de Meca existe o templo de Caaba onde se encontra a famosa Pedra
Negra, que é um pedaço de meteorito, que teria sido trazida pelo anjo Gabriel.
Originariamente branca, a pedra teria se tornada negra em consequência dos
pecados dos homens. Acreditavam também na existência de uma divindade superior,
denominada Alá.
Foi em Meca, no ano de 570 que
nasceu Maomé. Filho de uma família nobre de comerciantes e sacerdotes, Maomé
ficou órfão ainda cedo, sendo criado por um tio. Aos 25 anos casa-se com uma
viúva rica chamada Cadija, que controlava rotas comerciais significativas, e com
quem teve seis filhos. Com uma boa situação econômica Maomé vai se volta a sua
atenção para a religião, retirando-se da vida urbano e vivendo um período como
ermitão no deserto.
Após esse período de retiro no
deserto Maomé volta dizendo que teria recebido do anjo Gabriel a revelação da
existência de um único deus, bem como os versos que deveria recitar e que se
transformarão na base para o Corão e os princípios para a fundação de uma nova
religião monoteísta. Trata-se de uma nova “fé” muito bem fundamentada
teoricamente, com regras de convívio social.
Ao dar inicia a pregação de sua
nova religião Maomé vai enfrentar a fúria dos sacerdotes da Caaba e vai acabar
sendo expulso da cidade de Meca, sendo obrigado a fugir para Iatreb (futura
Medina, “cidade do profeta”) no ano de 622, episódio conhecido como Hégira
(“fuga”) que marca o início do calendário muçulmano.
Em Iatreb as pregações de Maomé
alcançarão maior sucesso e ele funda a primeira comunidade mulçumana (aqueles
que se submetem totalmente a vontade de Alá), onde se torna profeta, líder
religioso e principal articulador político.
Em Medina, Maomé vai formar exército,
inicialmente molestando as caravanas que partiam de Meca e por fim atacando a
própria cidade em 627, expulsando os antigos sacerdotes e transformando a Caaba
em um ponto de referencia do islamismo (primeira guerra santa, ou jihad). A
partir de Meca, o islamismo começa a se expandir, e por volta de 631, Maomé já
havia conseguido unificar todos os povos da península Arábica.
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