Islamismo (1 de 2)


O islamismo teve origem na Península Arábica, a partir do século VII.  Os árabes se dedicavam:

  • À agricultura e ao pastoreio, atividades muitas vezes desenvolvidas nos chamados oásis, que poderiam chegar a dezenas de quilômetros quadrados, onde produziam trigo, figos, tâmaras, além da criação de carneiros, cabras e camelos.





  • Ao comércio caravaneiro (os chamados beduínos do deserto), ou o comércio nas cidades litorâneas (população sedentária que vivia na chamada “Arábia Feliz”). Os árabes eram os responsáveis pela ligação entre a Europa e o Oriente, sendo responsáveis pelo comércio das especiarias muito apreciadas pelos europeus.

Até o século VII não existia um poder centralizada na Península Arábica, sendo que o que unia esses povos era a língua e a religião. Dividiam-se em tribos e clãs, sendo que o chefe do grupo era escolhido entre os homens mais velhos e era chamado de sheik.

Antes do islamismo os árabes eram politeístas e animistas, ou seja, acreditavam que elementos da natureza como árvores e pedras eram habitados por espíritos, sendo que chegavam a venerar mais de 360 divindades.

Existia também uma cidade sagrada onde os árabes peregrinavam para fazer suas oferendas, trata-se da cidade de Meca. Dentro de Meca existe o templo da Caaba, onde se encontra a famosa Pedra Negra (um pedaço de meteorito), que teria sido trazida pelo anjo Gabriel. 



Foi em Meca, no ano de 570, que nasceu Maomé. Filho de uma família nobre de comerciantes e sacerdotes, Maomé ficou órfão ainda cedo, sendo criado por um tio. Aos 25 anos casou-se com uma viúva rica chamada Cadija, que controlava rotas comerciais significativas, e com quem teve seis filhos. Com uma boa situação econômica Maomé dedica a sua atenção para a religião, retirando-se da vida urbano e vivendo um período como ermitão no deserto.

Após esse período de retiro no deserto, Maomé passa a afirmar que teria recebido do anjo Gabriel e a revelação da existência de um único deus, bem como os versos que deveria recitar, e que mais tarde, se transformariam na base para o Corão e nos princípios elementares para a fundação de uma nova religião monoteísta. 

Ao dar inicia a pregação de sua nova religião, Maomé vai enfrentar a fúria dos sacerdotes da Caaba e vai acabar sendo expulso da cidade de Meca, sendo obrigado a fugir para Iatreb (futura Medina, “cidade do profeta”) no ano de 622, episódio conhecido como Hégira (“fuga”), evento que marca o início do calendário muçulmano.

Em Iatreb as pregações de Maomé alcançaram maior sucesso e ele funda a primeira comunidade mulçumana (aqueles que se submetem totalmente a vontade de Alá), onde se torna profeta, líder religioso e principal articulador político.

Em Medina, Maomé vai formar exército, inicialmente molestando as caravanas que partiam de Meca, e por fim, atacando a própria cidade de Meca em 627 (primeira guerra santa, ou jihad), expulsando os antigos sacerdotes e transformando a Caaba em um ponto de referencia do islamismo . A partir de Meca, o islamismo começa a se expandir, e por volta de 631, Maomé já havia conseguido unificar todos os povos da península Arábica.

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