O contra-ataque dos aliados
Em 1942, depois de mais três anos de guerra, a pretensão de uma fácil invasão da Inglaterra não se efetivara. Por outro lado, a União Soviética estruturara as suas forças e tinha posse de novos armamentos, equilibrando o conflito, expulsando os nazistas de Moscou e levando milhões de soldados alemães a exaustão ou morte. Para unir forças contra os países do Eixo, em 28 de novembro de 1943, Churchill, Roosevelt e Stalin se reúnem em Teerã no Irã. Na ocasião Stalin insistiu na invasão continental da Europa pelos Aliados e em caso de negativa ameaçou os franceses e ingleses de uma possível paz com os nazistas.
Foram seis meses de preparação, mais de um milhão de soldados americanos empenhados na operação, além de soldados de mais 11 países, num total de 9 milhões de toneladas de suprimentos e armamentos para essa que se tornaria a mais invasão de todas as guerras.
Para despistar os nazistas e manter em sigilo o local do desembarque os Aliados colocaram em andamento a Operação Guarda-costas, mandando 250 mil soldados para a Inglaterra e criando um cenário de uma grande concentração de tropas e equipamentos, com milhares de tanques e aviões. Contudo, tratava-se de um embuste com a utilização de balões infláveis para enganar os nazistas. O suposto exército dos Aliados acabou sendo fotografado pela inteligência nazista e acabou por enganar Hitler, que concentrou suas forças para evitar a suposta invasão.
Assim, no dia 4 de junho de 1944 ocorre a grande invasão aliada da Normandia (Operação Overlord), no litoral francês. Impressionantes 7 mil barcos e 12 mil aviões e mais de 1 milhão de soldados participam da operação que é a maior da história. Sem forças suficientes para fazer frente à invasão, os Aliados tomam o litoral francês, avançando no continente e abrindo uma nova frente de batalha. Agora Hitler tinha que lutar ao mesmo tempo contra a URSS na frente oriental e contra a Inglaterra e os Estados Unidos na frente ocidental. O blitzkrieg de Hitler começava a denunciar a fragilidade da Alemanha para uma guerra em longo prazo em várias frentes de batalha.
No desejo de avançar rapidamente as tropas Aliadas marcham em direção à Alemanha e ignoram a cidade de Paris, que se vê ameaçada pelas tropas nazistas que ainda controlavam a cidade e tinham ordens de destruí-la. Para salvaguardar sua cidade e expulsar os nazistas, Charles de Gaulle irá liderar o exercito e a resistência francesa, que batalhando rua por rua durante uma semana conseguirão libertar Paris do jugo nazista.
A partir deste momento Hitler vai acumular uma derrota após a outra, e mesmo desferindo com um grande contra-ataque no final de 1944 não consegue barrar as tropas Aliadas. A população da Alemanha conheceria a partir de 1945 todo o horror da guerra. Berlim sofrerá terríveis bombardeios aéreos enquanto Hitler é obrigado a se esconder em seu bunker encurralado pelas tropas soviéticas.
Na Itália Mussolini foi capturado pela resistência tentando fugir para a Espanha, morto, teve seu corpo levado à Milão e pendurado em praça pública e ultrajado. Hitler ficou sabendo do fim de seu aliado italiano o que deve ter impactado na sua decisão final: o suicídio, no dia 30 de abril de 1945, dando início a uma onda de centenas de suicídios de lideranças nazistas, ministros e generais leais à Hitler e ao Terceiro Reich. No dia 8 de maio de 1945 a Alemanha assina uma nova rendição incondicional, colocando fim à guerra na Europa.
As bombas atômicas
No Pacífico os japoneses começavam a desmoronar frente ao poderio da máquina de guerra dos Estados Unidos. Mesmo com a resistência japonesa, que considerava inglória a rendição, levando os soldados a lutarem desesperadamente até a morte, os Estados Unidos reconquistam as Filipinas depois de meses de batalha. O alvo seguinte: o próprio território japonês.
Em 1945, mesmo após a queda de seus aliados europeus, os japoneses mantinham-se resistentes, lutando até o fim, e fazendo uso muitas vezes dos bombardeios kamikazes. O Japão sofreu terríveis bombardeios dos Estados Unidos, mais de 60 cidades foram destruídas, e somente em Tóquio haviam morrido 100 mil pessoas.
Os japoneses somente se rederam incondicionalmente quando os americanos lançaram as bombas atômicas em Hiroshima (6 de agosto) e Nagasaki (9 de Agosto), matando respectivamente 140 e 80 mil pessoas, isso sem contabilizar as mortes posteriores, efeitos da radiação. Há de se destacar que essas cidades não eram centros industriais ou militares, ou seja, a população atingida foi praticamente em sua totalidade civil. Existe muita controvérsia em relação aos motivos que levaram os americanos a optarem pelo lançamento das bombas, entre eles pode-se citar:
Uma estratégia para forçar o Japão a uma rendição incondicional, poupando milhares de vida norte-americana. Em favor dessa hipótese pode-se citar a experiência do combate contra os japoneses em locais como as Filipinas e Iwo Jima, onde os japoneses ofereceram uma incrível capacidade de resistência ocasionando inúmeras baixas nas tropas americanas. Nesse sentido, uma invasão anfíbia ao Japão poderia se prolongar e causar a morte de milhares de americanos.
Evitar a expansão da União Soviética. Os soviéticos avançavam na China em direção ao Japão, com pretensões de diminuir o domínio americano na Ásia. Nesse sentido, o lançamento das bombas funcionaria como um aviso aos soviéticos, na medida em que naquele momento os EUA é a única potência que detém a tecnologia atômica. Por isso as bombas atômicas são consideradas o último evento da Segunda Guerra Mundial e o primeiro da Guerra Fria.
Os horrores da guerra
A Segunda Guerra Mundial deixou um saldo de mais de 50 milhões de mortos, sendo que 85% do lado dos aliados, a grande maioria de soviéticos. Além dos soviéticos a China a Polônia a própria Alemanha computam seus mortos em milhões.
Com a fim da guerra veio à tona os horrores cometidos pelos beligerantes, tanto dos Aliados como por parte dos países do Eixo. Não podemos esquecer que as bombas atômicas constituem um crime contra milhares de vidas de uma população civil.
Entre os maiores horrores da Segunda Guerra estão à eliminação por parte dos nazistas de 6 milhões de judeus, 2 milhões de poloneses, 3 milhões de soviéticos e centenas de milhares de ciganos, deficientes e homossexuais, além de prisioneiros políticos. No total o holocausto nazista ceifou a vida de mais de 11 milhões de pessoas.
Cabe destacar, também, que o mesmo argumento “racial”, levou franceses, holandeses e principalmente ingleses a cometerem verdadeiras atrocidades na África e na Ásia na segunda metade do século XIX. Pautados pelas ideais dos darwinistas sociais, os ingleses levarão à morte mais de 30 milhões de pessoas na Índia. Por outro lado, serão em grande parte os americanos, que irão oferecer aos alemães os princípios para a formatação da eugenia, que consista num suposto aperfeiçoamento da raça. Não é absurdo dizer que o antissemitismo era comum na Inglaterra, nos Estados Unidos e na URSS.
O extermínio dos judeus foi uma tragédia anunciada. A perseguição nazista antes do início da guerra aos judeus era absolutamente conhecida por todas as potências importantes do mundo. Reuniões entre essas potências foram feitas para discutir a perseguições dos nazistas e anunciar uma suposta ajuda aos judeus, o que não passou, é claro, de palavras jogadas ao vento. Efetivamente os judeus que tentavam fugir da perseguição nazista aos milhares encontraram imensas dificuldades para serem recebidos em outros países, inclusive, nos Estados Unidos. Navios de refugiados judeus eram proibidos de ancorar em portos por todo o mundo. Tal situação contribuiu para reforçar na Alemanha o mito da raça inferior, “apátrida e parasitária”, que deveria, portanto, ser eliminada.
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