Como foi visto a colonização dos EUA deu origem a diferentes formas de organização econômica e social. Na metade do século XIX essas diferenças já haviam se extremado em uma região ao Sul dos EUA basicamente agrícola (destacando-se a produção de algodão, que representava 75% da produção mundial – existiam mais milionários no Mississipi do que em qualquer outra parte do planeta), e outra ao Norte, com um grande ímpeto industrial (e um grande centro têxtil para o algodão do Sul, produzido de forma vertiginosa com novos inventos que auxiliavam no processamento do algodão).
O conflito de interesses, as diferenças políticas, sociais e econômicas dessas duas regiões levaram os EUA a uma guerra civil, que vai ser travada entres os anos de 1861-65 deixando um saldo de quase um milhão de mortos (mais de 600 mil só de soldados).
Entre os principais pontos de discórdia entre os fazendeiros do Sul e nos industriais do Norte pode-se citar a questão protecionista. Os nortistas interessados na expansão industrial e em impulsionar as vendas de produtos industrializados dentro do território americano queriam medidas que protegesse a indústria nacional, entre elas o aumento dos impostos para a importação de manufaturas. Os sulistas, por sua vez, eram adeptos do livre comércio, uma vez que dependiam das exportações de produtos primários e preferiam comprar os excelentes produtos ingleses, que eram mais baratos que os americanos.
A questão da escravidão também se mostrava um ponto de atrito já que o sul tinha a mão-de-obra escrava como principal forma de trabalho, e o norte se apoiavam cada vez mais em relações de trabalho livre e assalariada. Esse tema tornou-se tão árido, que em 1820 um acordo entre os estados estipulou uma fronteira limite (o paralelo 36) para a criação de estados escravistas ou de mão-de-obra livre. Com a incorporação de novos territórios a questão tornava-se um verdadeiro barril de pólvora, já que os interesses entre sul e norte se chocavam no momento de decidir se os novos territórios poderiam ou não ter escravos.
Ao mesmo tempo, o governo federal, para atender o entusiasmo industrial nortista começou a investir massivamente na construção de infraestrutura (como portos, ferrovias, pontes) no centro-norte do país. O problema é que tal política ocasionou a elevação dos tributos, que evidentemente, os sulistas não estavam dispostos a pagar.
O estopim que levou ao início do conflito ocorreu no campo político. Em 1854 Abraham Lincoln, filiado ao Partido Republicano disputa as eleições para o senado em uma campanha marcada pela discussão em torno da questão moral e econômica da escravidão. Lincoln perde as eleições, mas ganha projeção nacional e a fama de abolicionista radical. Em 1860 novamente Lincoln entrará na cena política nacional, disputando e ganhando com 39% dos votos as eleições para a presidência.
Como a independência norte-americana foi fruto, em grande parte, da autonomia dos estados americanos, essa mesma autonomia vai fazer com que a Carolina do Sul, insatisfeita e temerosa com o resultado das eleições, declarasse dissolvida a sua união em relação aos outros estados americanos, isso, antes mesmo do novo presidente assumir o poder.
Vários estados sulistas seguiram a Carolina do Sul e declararam a sua secessão, formando no ano de 1861 os Estados Confederados da América. Jefferson Davis, o candidato derrotado nas eleições de 1860 é eleito presidente da Confederação. Misto de precipitação e de diferenças ideológicas a tensão acabou eclodindo em guerra.
Em meio ao conflito, com a finalidade de enfraquecer os Estados Confederados, a União aprovou algumas leis, entre elas:
O conflito de interesses, as diferenças políticas, sociais e econômicas dessas duas regiões levaram os EUA a uma guerra civil, que vai ser travada entres os anos de 1861-65 deixando um saldo de quase um milhão de mortos (mais de 600 mil só de soldados).
Entre os principais pontos de discórdia entre os fazendeiros do Sul e nos industriais do Norte pode-se citar a questão protecionista. Os nortistas interessados na expansão industrial e em impulsionar as vendas de produtos industrializados dentro do território americano queriam medidas que protegesse a indústria nacional, entre elas o aumento dos impostos para a importação de manufaturas. Os sulistas, por sua vez, eram adeptos do livre comércio, uma vez que dependiam das exportações de produtos primários e preferiam comprar os excelentes produtos ingleses, que eram mais baratos que os americanos.
A questão da escravidão também se mostrava um ponto de atrito já que o sul tinha a mão-de-obra escrava como principal forma de trabalho, e o norte se apoiavam cada vez mais em relações de trabalho livre e assalariada. Esse tema tornou-se tão árido, que em 1820 um acordo entre os estados estipulou uma fronteira limite (o paralelo 36) para a criação de estados escravistas ou de mão-de-obra livre. Com a incorporação de novos territórios a questão tornava-se um verdadeiro barril de pólvora, já que os interesses entre sul e norte se chocavam no momento de decidir se os novos territórios poderiam ou não ter escravos.
Ao mesmo tempo, o governo federal, para atender o entusiasmo industrial nortista começou a investir massivamente na construção de infraestrutura (como portos, ferrovias, pontes) no centro-norte do país. O problema é que tal política ocasionou a elevação dos tributos, que evidentemente, os sulistas não estavam dispostos a pagar.
O estopim que levou ao início do conflito ocorreu no campo político. Em 1854 Abraham Lincoln, filiado ao Partido Republicano disputa as eleições para o senado em uma campanha marcada pela discussão em torno da questão moral e econômica da escravidão. Lincoln perde as eleições, mas ganha projeção nacional e a fama de abolicionista radical. Em 1860 novamente Lincoln entrará na cena política nacional, disputando e ganhando com 39% dos votos as eleições para a presidência.
Como a independência norte-americana foi fruto, em grande parte, da autonomia dos estados americanos, essa mesma autonomia vai fazer com que a Carolina do Sul, insatisfeita e temerosa com o resultado das eleições, declarasse dissolvida a sua união em relação aos outros estados americanos, isso, antes mesmo do novo presidente assumir o poder.
Vários estados sulistas seguiram a Carolina do Sul e declararam a sua secessão, formando no ano de 1861 os Estados Confederados da América. Jefferson Davis, o candidato derrotado nas eleições de 1860 é eleito presidente da Confederação. Misto de precipitação e de diferenças ideológicas a tensão acabou eclodindo em guerra.
Em meio ao conflito, com a finalidade de enfraquecer os Estados Confederados, a União aprovou algumas leis, entre elas:
- Lei do Confisco, de 1861 – Que determinava a expropriação das propriedades utilizadas em favor dos Confederados.
- A partir de 1862, todos os escravos que conseguissem fugir para o território da União tornavam-se livres.
- Ainda em 1862 a Lei do Povoamento facilitava o acesso a terras no oeste para os colonos que não tivessem lutado contra a União.
- Em 1863 aprovou-se o recrutamento de negros livres para o exército da União.
- Em 1864 proibiu-se o comércio com os sulistas, efetuando-se um bloqueio nos principais portos.
Apesar de obterem importantes vitórias no começo do conflito, os sulistas acabaram sendo derrotados pela superioridade demográfica, militar e industrial do Norte. Veja os impressionantes dados relativos aos estados no Norte:
- 70% da população, sendo que mais de 80% da população masculina.
- 67% dos soldados.
- 85% da malha ferroviária e 90% dos navios mercantes.
- Mais de 90% da produção industrial americana.
- Grande número de indústria significa uma grande possibilidade de fabricação de armamentos, o que se traduzia em impressionante 97% da produção de armas.
Como saldo do conflito basta dizer que morreu mais soldados norte-americanos na Guerra de Secessão do que em todos os outros conflitos em que os Estados Unidos se meteram em toda a sua história, e apesar da superioridade dos nortistas, a vitória custou mais vidas de soldados do norte do que do sul.
Como consequência da vitória nortista, os estados do Sul foram reintegrados a União, marcando definitivamente a expansão capitalista e industrial no território americano.
Em pouco tempo as exportações agrícolas do Sul perderiam importância frente ao grande desenvolvimento industrial do país, que se tornaria uma grande potência mundial.
A vitória do Norte precipitou o fim da escravidão, que foi abolida ainda durante a guerra, em 1863 (com exceção dos estados que não aderiram à secessão como a Virgínia e Kentucky). A abolição definitiva da escravidão nos Estados Unidos aconteceu em 1865, e em 1870 uma emenda a Constituição garantiu o direito de voto a todos os cidadãos, independente da raça ou cor.
Contudo, os ressentimentos sulistas e a discriminação em relação aos negros persistiriam por muito tempo. Fruto desse ressentimento, em 1865 o presidente Abraham Lincoln seria morto por um extremista sulista em uma ação espetacular, dentro de um teatro.
Outro reflexo da extensão dos direitos aos negros nos estados do Sul foi a criação da Ku Klux Klan, organização extremamente racista que não concordava com o fim da escravidão e a condição de igualdade atribuída as negros. Agindo de forma clandestina, e muitas vezes com a tolerância das autoridades, a KKK realizava ações bárbaras, espancando, queimando em fogueiras, enforcando ou pregando suas vítimas em cruzes.
Abaixo os chamados "patrulhadores de escravos", que tinham a missão de perseguir os escravos que tivessem a ousadia de violar os códigos dos escravos americanos, ou seja, que tivesse em perspectiva a sua emancipação.
Na sequência um mapa onde aparece em azul os Estados que defendiam a União, ou seja, os EUA propriamente dito. Em vermelho, estão os Estados Confederados, que se rebelaram, e em azul claro, aparecem os Estados que eram escravistas, mas que mesmo assim se mantiveram do lado da União.
Na sequência um mapa onde aparece em azul os Estados que defendiam a União, ou seja, os EUA propriamente dito. Em vermelho, estão os Estados Confederados, que se rebelaram, e em azul claro, aparecem os Estados que eram escravistas, mas que mesmo assim se mantiveram do lado da União.
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