Pensamento Socialista (4 de 4) - Anarquismo


Como vimos no tópico anterior a socialismo englobava diversos pensadores com as mais propostas diversificadas. Dos chamados utópicos aos socialistas ditos científicos existiam muitas concepções diferentes para uma sociedade melhor. Dentro das diversas vertentes socialistas vai surgir o anarquismo. Vamos analisar a seguir as principais ideias que formatavam o anarquismo.

Principio da não-doutrinação – O anarquismo rejeita a idéia de líderes ou gurus políticos e religiosos. No anarquismo não existe um líder a que todos devam seguir, ou que deva ditar regras rígidas para todos. Da mesma forma, eles não adotam nenhum tipo de livro ou obras, quaisquer que seja como bíblia do movimento, ou seja, não existe ciência constituída que oriente o movimento.

Supressão de toda e qualquer forma de governo, inclusive do Estado – Cabe ressaltar que os anarquistas criticavam o capitalismo e enfatizavam a idéia de que o Estado mantém a desigualdade na medida em que estabelece e garante a propriedade privada sobre os meios de produção. Contudo, estendem a sua crítica aos socialistas que por meio da teoria marxista do materialismo dialético acreditam que os trabalhadores tomariam o poder burguês e instalariam a “ditadura do proletariado”. Para os anarquistas, essa nova sociedade, mesmo que gerida pelo proletariado somente faria manter as estruturas e a dominação que existia na antiga ordem. Continuaria existindo uma camada de indivíduos oprimindo e explorando outra, apenas com um novo invólucro ideológico.

Abolição da propriedade privada.

Instauração de uma sociedade pautada pelos valores do humanismo – Uma vez que o Estado não é necessário na nova conformação social, os anarquistas defendem a idéia de que os grupos humanos seriam capazes de auto-organizarem. Por meio da conscientização e da recuperação dos valores do humanismo (que valoriza as capacidades humanas e todas as suas potencialidades) os homens se organizariam em novas bases socias, marcadamente libertárias.

Liberdade – Física, escolhas sexuais, pensamento, de ação, expressão, utilização dos recursos humanos, sociais e naturais, de negociação e interação, de apoio mútuo, de relacionamento e vinculação sentimental, de fé e espiritualidade, de produção intelectual e material e de realização coletiva e pessoal.

Ação direta – Os anarquistas advogam que não se deve delegar a solução dos problemas a outras pessoas, ou seja, não existem “líderes”, políticos ou “heróis” que irão resolver como que por passe de mágica os problemas sociais. Assim, no lugar de delegar poder a outrem defendem a formação de mutirão e assembléias, greves, boicotes, desobediência civil e em situações críticas sabotagem.

Os principais teóricos do anarquismo do século XIX foram Pierre-Joseph Proudhon (1814-1865) e o russo Mikhail Bakunin (1814-1876). Proudhon tratou de criticar principalmente a propriedade privada, que é considerada por ele um ato de roubo.

Bakunin, por sua vez, afirmou que a violência é a única forma para se chegar a uma sociedade em Estado, defendia, portanto, a vertente conhecida como anarquismo terrorista. Sem a utilização da violência seria impossível, para Bakunin, transferir os meios de produção para o conjunto da sociedade e eliminar definitivamente o Estado. Umas das principais vertentes do anarquismo foi o anarcossindicalismo. Defendia, sobretudo, que o sindicato seria a vanguarda do movimento revolucionário do proletariado. A anarcossindicalismo possibilitou a entrada em massa de anarquistas no movimento sindical e no movimento operário. 


Abaixo uma cartoon que critica o anarquismo, valorizando a idéia de liberdade difundida pelo mundo capitalista.




Acima, panfleto anarquista, defendendo o fim do estado e da religião.
Acima uma imagem de Bakunin.

Imago História

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