Reformas Religiosas (4 de 7) - Reforma Calvinista

As ideias acerca da livre interpretação da Bíblia, anunciadas por Pedro Valdo, ainda no século XII e mais tarde levadas adiante por Martinho Lutero, serão também utilizadas pelo teólogo francês Jean Calvino (1509-1564). O Calvinismo está inserido na segunda fase da Reforma Protestante, no momento em que as igrejas protestantes começam a se formar e tomar direções diferentes e independentes, após a excomunhão de Martinho Lutero.

As principais ideias defendidas por Calvino foram traçadas em sua obra "Instituições da Religião Cristã", publicada em 1535:
  • Livre interpretação da Bíblia. Os indivíduos podem ter acesso direto às escrituras, sem a necessidade de nenhum intermediário.
  • Utilização das línguas nacionais nos ofícios religiosos, que visava uma adequação ao livre acesso e interpretação das escrituras.
  • Extinção da hierarquia eclesiástica, e do celibato clerical.
  • Aceitação de apenas dois sacramentos: batismo e eucaristia.
  • Salvação obtida por meio da graça de Deus (predestinação). Segundo Calvino, todos os homens já nasciam pecadores, mas Deus, na sua imensa bondade elegeu algumas pessoas para serem salvas, enquanto outras estavam condenadas ao inferno.
Assim, nada que os homens pudessem fazer mudar-lhe-ia o seu destino, que já estava previamente traçado. Contudo, sinais para saber se o indivíduo era predestinado. Por exemplo, a fé existente em algumas pessoas poderia ser um indicativo de que determinada pessoa pertencia ao grupo dos eleitos. Essas pessoas teriam um desejo irresistível de combater o mal no mundo e viver de forma austera e disciplinada. Outro sinal de que a pessoa havia sido escolhida por Deus era a prosperidade econômica. O enriquecimento material passou a ser interpretado pelos calvinistas como um sinal de que aquela pessoa pertencia ao grupo dos eleitos. Essa ideia favoreceu amplamente a classe burguesa e a acumulação de capitais, ou seja, a riqueza passou a ser associada à virtude.

O fato das ideias de Calvino favorecerem a burguesia contribuiu para que a nova religião se disseminasse por vários países. Na Inglaterra os seguidores de Calvino ficaram conhecidos como puritanos, na Escócia como presbiterianos, e na França como huguenotes. O calvinismo também se estabeleceu com muita intensidade nas colônias inglesas na América.

A imagem abaixo mostra Lutero, Calvino e o Papa brigando; a imagem ilustra a desestruturação da Igreja dominante, com a criação das religiões protestantes.

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