Segunda Guerra Mundial (2 de 4) - A invasão da Polônia e o desenvolvimento do conflito



Existe uma hipótese em relação à relutância do enfrentamento à ameaça nazista que afirma que os franceses e ingleses acreditavam que a invasão da Polônia pelos nazistas (o que poderia ser imaginada) poderia levar a Alemanha a ocupar territórios soviéticos, dando lugar a uma guerra entre União Soviética e Alemanha, ou seja, entre nazistas e comunistas, um cenário agradável para os demais europeus. 



Com o Tratado de Versalhes a Polônia recebeu território que pertenciam à Alemanha, inclusive a cidade de Dantzig, e Hitler considerava que essa região deveria necessariamente ser reincorporada à “grande Alemanha”. Contudo, a invasão da Polônia poderia gerar atritos com a União Soviética, na medida em que suas fronteiras ficariam desprotegidas. Isso levou Hitler a firmar um acordo de não agressão com os soviéticos em agosto de 1939, conhecido como Pacto Nazi-Soviético, que garantiu a não interferência dos soviéticos na invasão, e posteriormente a partilha da Polônia entre os dois países (cabe destacar que preocupado com o avanço alemão, Stalin procurou França e Inglaterra para tentar chegar a um acordo, mas não obteve resposta das potencias ocidentais). 

Sabendo que não teria problemas com a União Soviética (e com uma possível guerra no front oriental), Hitler exige que a Polônia entregue territórios aos alemães. A Polônia contando com a promessa de apoio da França e Inglaterra em caso de invasão não aceita a intimidação. Assim, no primeiro dia do mês de setembro de 1939 a Alemanha invade a Polônia com um milhão de soldados, e apesar de Hitler declarar suas “boas intenções” em relação à França e Inglaterra, essas, mesmo relutando declaram guerra a Hitler. Em menos de três semanas a Polônia havia sido subjugada. Tinha início a maior guerra que a humanidade jamais havia presenciado. 

Hitler sabia que para suplantar as potências européias tinha que decidir a guerra rapidamente. A tática de guerra utilizada foi a Blitzkrieg, ou “guerra relâmpago” que unia a idéia do rápido deslocamento de tropas, com as novas tecnologias bélicas. Agindo sob o efeito da surpresa e com extrema brutalidade, coordenando a infantaria, blindados e aviação, as tropas alemãs conseguiam romper rapidamente as forças inimigas, evitando o cheque direto e desmoralizando os inimigos. Com essa estratégia a Alemanha conseguiu invadir a Escandinávia, a Holanda, Luxemburgo, Bélgica, Grécia, e em apenas seis semanas subjugar a França. 




As defesas francesas não se mostram suficientemente fortes para resistir a Blitzkrieg nazista e em seis semanas 100 mil soldados franceses morrem. As forças inglesas que lutavam ao lado dos soldados franceses acabaram sendo encurraladas pelos nazistas em Dunkerque. Frente à possibilidade de uma derrota acachapante para os nazistas, 200 mil soldados ingleses e mais 100 mil soldados franceses partem desesperadamente em fuga para a Inglaterra. A França havia sido derrotada e como sinal de vingança e humilhação, Hitler faz com que os franceses assinem a rendição no mesmo vagão em que a Alemanha assinou sua rendição na Grande Guerra.

No início de 1940 Hitler estava no auge de seu poder. Não encontrava internamente nenhuma oposição que representasse ameaça. No plano externo sua política expansionista surtira os efeitos desejados e tinha em suas mãos quase toda a Europa. Assim, após a conquista da França, ordenou os preparativos para o mais brutal de seus ataques, e o alvo era a Inglaterra. 

Como a Inglaterra tinha a mais poderosa marinha do mundo Hitler optou pelos bombardeios da Luftwafe. Em setembro de 1940, Londres a maior cidade do mundo com 9 milhões de habitantes conhece todo o poderio da aviação nazista, que arrasa a cidade. Mais de 60% da cidade de Londres foi destruída pelos ataques nazistas e 40 mil civis morreram.




O que provavelmente salvou a Inglaterra foi o desenvolvimento do radar (entre 1937 e 1939 por um descendente de Watson, que inventou a máquina a vapor), que deu uma ampla vantagem para a força aérea inglesa, e posteriormente impediu que Hitler dominasse talvez o mundo com o apoio da poderosa Luftwaffe. Para se destacar a importância do radar, no início das batalhas aéreas na Grã-Bretanha Hitler tinha uma vantagem de 4 caças para cada caça inglês. O radar possibilitou que se detectasse o inimigo e concentrasse a resposta em um contra-ataque objetivo e certeiro. Em 1940 Hitler atacou as torres que emitiam as ondas de rádio e poderia ter deixado o sistema inoperante, mas provavelmente subestimou a importância delas e não completou a destruição.

No mar o radar também salvou a Inglaterra. Hitler tentou cortar o abastecimento inglês, e somente no primeiro ano de guerra afundou quase 700 navios que transportavam milhares de toneladas de alimentos e provisões para os ingleses. Os submarinos alemães pareciam imbatíveis. Novamente o radar contribuiu para salvaguardar a Inglaterra e impediu que sua população sucumbisse de fome. A Inglaterra havia resistido na Batalha da Inglaterra e do Atlântico, forçado os nazistas a recuarem.


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