Guerra Fria (5 de 9) - Guerra do Vietnã (1957 - 1975)


A Guerra do Vietnã foi um dos maiores conflitos militares que envolveram capitalistas e comunistas. Colônia dos franceses, o Vietnã em conjunto com o Camboja e o Laos formavam a chamada Indochina francesa.

Ao fim da Segunda Guerra Mundial, após a desocupação japonesa, os vietnamitas, em especial os guerrilheiros do Viet Minh (Liga pela Independência da Vietnã) passaram a lutar contra os franceses (que insistiam em manter o controle de sua antiga colônia) em busca da emancipação.

Após conquistar por meio da guerra a sua independência da França, em 1954, acordos de paz celebraram a divisão da Indochina em duas zonas de influência: o Vietnã do Norte (comunista) e do Sul (capitalista), além de estabelecerem a criação do Camboja e Laos.

Estava previsto um plebiscito em 1957 que decidiria a unificação do país e qual o sistema político que deveria ser adotado. O problema é que o líder do Norte comunista era um herói de guerra, que provavelmente ganharia as eleições, juntamente com o regime socialista.

Assim, o governo do Sul decidiu proibir o plebiscito em seu território e manter o alinhamento com os EUA, o que deu início à guerra, que colocou de um lado o Vietnã do Norte e guerrilheiros comunistas do Vietnã do Sul, em especial da Frente de Libertação Nacional, chamados pejorativamente pelo governo do Sul de vietcongues; do outro lado, restava o governo capitalista do Vietnã do Sul, introduzido em 1955 por meio de um golpe militar capitaneado pelos EUA.

O Vietnã do Sul contou com uma grande ajuda americana, que a partir de 1960 se envolveram diretamente no conflito. O que os EUA temiam na verdade era o “efeito dominó”, ou seja, a ideia de que outros países pudessem preferir o sistema socialista ao capitalista, como o Laos, Camboja e outros países do Sudoeste Asiático.

Para se ter uma ideia do envolvimento americano no conflito, em 1969, haviam 550 mil norte-americanos envolvidos no conflito. Entre 1965 e 1969, 300 mil voos lançaram 860 mil toneladas de bombas, provavelmente três vezes mais do que o total de explosivos utilizados na Segunda Guerra Mundial, fazendo do Vietnã o país que sofreu o maior número de bombardeios em toda a história.

Nesses bombardeios os EUA utilizaram armas químicas, poluindo boa parte dos rios do Vietnã e destruindo os campos que eram utilizados para produção de arroz, principalmente o “agente laranja”, desfolhante que tinha como objetivo facilitar a localização dos vietnamitas. Os americanos ainda utilizaram bombas de napalm, que é uma espécie de gasolina concentrada e gelatinosa que queima ao contato, desfolhando as árvores e causando queimaduras profundas nas pessoas. Estima-se que foram lançados no Vietnã cerca de 340 mil toneladas de napalm, e um total que ultrapassa 70 milhões de litros de armas químicas.

Tudo parecia indicar que os EUA venceriam a guerra com facilidade, porém, os combatentes vietnamitas perceberam a guerra contra os EUA como uma extensão da guerra de independência que haviam acabado de vencer contra a França. Dentro dos Estados Unidos, as imagens da primeira guerra televisionada em grande escala e as atrocidades dos soldados americanos atordoaram parte da opinião pública, que aliado a dificuldade para vencer a guerra e a grande quantidade de dinheiro investida, passaram a protestar veementemente contra o governo do presidente Richard Nixon. Um exemplo veio do movimento hippie, que pregava o lema: “faça amor, não faça guerra”.

Contando com o conhecimento do território, com a guerra de guerrilha em uma selva densa com temperaturas de até 40º, os vietnamitas conseguiram vencer os Estados Unidos, levando-os a uma vergonhosa derrota militar, a mais contundente de sua história. Em 1973 os Estados Unidos se retiram da guerra. Em 1975 o Vietnã do Norte consegue debelar as últimas forças inimiga em Saigon, então capital do Vietnã do Sul, colocando fim a guerra e unificando os territórios.

Entre o saldo de mortos pode-se contabilizar 2 milhões de civis e 1 milhão de soldados vietnamitas. Do lado americano, quase 60 mil soldados morreram, além de mais de 300 mil feridos, a um custo de mais de US$ 200 bilhões.

Abaixo algumas imagens que mudaram o rumo da Guerra do Vietnã, denunciando os horrores cometidos pelos beligerantes. Na primeira imagem, no centro uma criança em desespero corre depois de ter sido queimada por bombardeios norte-americanos de napalm. Na segunda imagem um chefe da Polícia Nacional da República do Vietnã (apoiada pelos Estados Unidos) executa um guerrilheiro Vietname. A cena da execução foi transmitida ao vivo na televisão norte-americana, e pode se dizer, que de forma acidental. Enquanto esperavam notícias positivas em relação ao final da guerra, repentinamente os americanos visualizaram o que foi a primeira execução ao vivo e em rede nacional da história. Um detalhe cruel: executor e executado tinham o mesmo nome.
 


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