Por mais de 300 anos a relação entre metrópole e colônia foi marcada pelo Pacto Colonial, contudo, as inúmeras transformações ocorridas no final do século XVIII tornaram cada vez mais insustentáveis o modelo pautado pelo exclusivismo comercial. Dentre as importantes transformações que influenciaram na contestação do sistema colonial, pode-se, destacar:
- O avanço da Revolução Industrial. Da mesma forma que na América espanhola, no Brasil, a prática do monopólio comercial era amplamente desfavorável aos interesses do liberalismo econômico inglês (ou do laissez faire: liberdade econômica, livre-concorrência, livre-iniciativa, não intervenção do estado na economia) e ao avanço da Revolução Industrial, na medida em que restringia as relações comerciais, onerava os produtos e impedia a livre circulação das mercadorias industrializadas na Inglaterra.
- O impacto da Revolução Francesa e da Independência dos Estados Unidos. A Revolução Francesa colocou abaixo o antigo sistema colonial e junto com ele a monarquia francesa. Ao mesmo tempo, a independência dos Estados Unidos vai servir como exemplo de libertação da colônia em relação à metrópole.
- A difusão dos ideais iluministas na colônia, e inclusive a ampliação do conceito de liberalismo, com a possibilidade da livre organização do trabalho e da atividade comercial.
- A Revolução Haitiana na década de 1790, que espalhou o temor de "revolução negra" nos domínios ultramarinos de Portugal.
- No final do século XIX a situação econômica de Portugal não lembrava em nada a exuberância ocasionada com o auge da exploração de minérios no Brasil. Se a exploração de ouro nas Minas Gerais havia rendido lucros esplendidos à Coroa portuguesa, em especial na primeira metade do século XVIII, o seu esgotamento ocorreu muito rapidamente. Para se ter uma ideia, em 1780, a renda obtida com a mineração não era nem a metade do que era obtida apenas 20 anos antes, na época do auge da exploração de ouro.
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