Urbanização (2 de 7) - Ruralização, Impacto da Revolução Industrial e Intensificação da Urbanização no Século XX


A desestruturação do Império Romano a partir do século IV e V, ocasionado entre outros motivos pelas invasões bárbaras fez com que a população urbana migrasse para o campo, dando início a um intenso processo de ruralização. O chamado período feudal europeu vai ser marcado pela auto-subsistência dos feudos, as cidades continuam existindo, mas perde muita da sua relevância.

Contudo, mesmo com o processo de ruralização, muitas pessoas desligavam-se das atividades rurais e exercia outras atividades dentro dos burgos, nome dado às cidadelas durante a Idade Média, que eram pequenas, sujas, escuras e protegidas por muralhas. Com o tempo as pessoas que moravam no burgo e exerciam atividades ligadas ao comércio foram enriquecendo; deriva daí a denominação de “burgueses” para a classe social ligadas às prósperas atividades comerciais.

Essas cidades, com o tempo foram crescendo e conseguindo a sua autonomia em relação ao domínio dos senhores feudal. Cada vez mais, as cidades atraiam todo a tipo de indivíduos, fazendo com que a sua população crescesse. Essa dinâmica própria das cidades foi benéfica para o desenvolvimento das relações capitalistas.

A partir do final do século XVII e durante o século XVIII as cidades passaram por grandes mudanças, em decorrência da Revolução Industrial. A revolução industrial alterou a forma de se produzir às mercadorias e as relações de trabalho, mas alterou também profundamente o panorama das cidades. As indústrias passaram a se instalar próximas dos centros urbanos, onde poderia usufruir da mão-de-obra localizável nesses centros, do mercado consumidor potencial das grandes cidades.

Entre as consequências da Revolução Industrial está a precarização das condições de trabalho e da vida do trabalhador. Esse fator refletiu na cidade, na medida em que as condições de moradias dos trabalhadores eram péssimas. Ao mesmo tempo a Revolução Industrial foi responsável por criar uma barreira entre ricos e pobres, que refletiu na formação de bairros burgueses e bairros para os pobres, que viviam em condições miserais.

A Revolução Industrial teve grande influência na redefinição das relações entre o centro urbano e o campo. No início do século 19, menos de 5% da humanidade vivia em cidades. No início do século 21, mais de 50% da população mundial já vive em cidades. Nessa relação o campo fica responsável pelo fornecimento de matérias-primas, e passa a receber produtos industrializados. Contudo, a cidade passa a depender do campo, na medida em que não é auto-subsistente na produção de alimentos.

No século XX o deslocamento de pessoas para os centros urbanos se intensificou, principalmente em relação ao chamado Terceiro Mundo:

1900 – existiam 16 cidades com mais de 1 milhão (2 delas no Terceiro Mundo);

1950 – existiam 20 cidades com mais de 2,5 milhões (6 delas no Terceiro Mundo);

2000 – existiam 26 cidades com mais de 10 milhões (20 delas no Terceiro Mundo).



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