Entre as características da Segunda Revolução Industrial, que se desenvolveu no período entre 1860 e 1914 podemos destacar:
- Disseminação do modelo industrial para inúmeros países, como os Estados Unidos, Japão, França, Alemanha.
- Utilização de novas tecnologias como a energia elétrica, como, por exemplo, a lâmpada incandescente, que foi inventada em 1879, e revolucionou os sistemas de iluminação dos grandes centros urbanos e industriais. Não podemos esquecer também que a energia elétrica possibilitou a disseminação dos bens de consumo duráveis, ou seja, uma grande quantidade de utilidades domésticas que se transformarão nos sonhos de consumo da sociedade capitalista-industrial.
- Invenção do motor a combustão, e ampliação da utilização do petróleo.
- Utilização em larga escala do aço e da borracha.
- Invenção do telégrafo, telefone e cinema, além de inúmeros novos inventos e aplicações.
- Formação de grandes empresas, por meio de fusões e incorporações.
Fordismo e Taylorismo
Uma das características da Segunda Revolução Industrial é a intensificação da divisão técnica do trabalho, em especial no início do século XX, quando Henry Ford introduziu a esteira formatando o que conhecemos como linha de montagem.
Quem melhor justificou e teorizou a respeito dos supostos benefícios do parcelamento do trabalho, da sua necessidade e iminência foi, sobremaneira, Frederick Taylor.
Taylor, como de resto boa parte dos industriais, burgueses, homens públicos e até pensadores viam os trabalhadores – senão todos eles, uma boa parcela – como preguiçosos e indolentes, e que no ambiente fabril, em se permitindo, criariam subterfúgios para preencher o seu tempo com qualquer coisa, menos com o trabalho.
Pensando nisso, e interessado em racionalizar a produção e aumentar a produtividade Taylor criou métodos para reduzir o tempo da execução das atividades. Passou a observar os trabalhadores, seus movimentos, com objetivo de suprimir movimentos desnecessários, simplificando as operações corporais necessárias para a produção da mercadoria.
Para cumprir esse objetivo, Taylor via como imprescindível treinar aqueles trabalhadores indolentes, vigiá-los em seu trabalho, inclusive com a utilização de cronômetros de tal forma que se incorporassem na nova dinâmica do trabalho, e se isso não acontecesse puni-los de forma adequada (não mais brutal, agora invisível, pedagógica, eficiente). Tudo isso segundo Taylor, para o próprio bem do trabalhador.
As ideias de Taylor se espalharam rapidamente, favorecendo:
- O desenvolvimento de toda uma ciência do planejamento, inclusive, com homens especializados em administrar homens.
- Amálgama desse processo a ideia de que no âmbito da profissão, ou da relação indústria-trabalhador, tudo é impessoal, regido por normas, regras, enfim, uma invisível mecânica da produtividade e do aproveitamento. Não existe a figura do patrão opressor, agora temos a mão invisível de setores ou do “mercado”, por exemplo.
- O sistema de prêmios e gratificações para os trabalhadores exemplares, fazendo com que ocorram verdadeiras disputas pondo fim muitas vezes na suposta solidariedade entre os trabalhadores (aposta dos pensadores socialistas, apesar dos preceitos do taylorismo terem sido utilizados na Rússia pós 1917).
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