Dentre os movimentos que buscavam a ruptura frente a Portugal, a Conjuração Baiana certamente é o que teve a maior presença popular. Influenciados pelas ideias dos pensadores iluministas e pela Revolução Francesa, o movimento pregava uma maior igualdade social, reunindo intelectuais, médicos, estudantes, escravos, libertos, soldados, alfaiates, etc.
Frente à grave crise econômica que afetava a região, com o declínio da atividade açucareira, inúmeros pessoas, de vários extratos sociais passaram a questionar o domínio Português, defendendo a emancipação da colônia e o fim da escravidão (cem anos antes de se efetivar no Brasil). Há de se destacar, que nessa época, Salvador, com algo em torno de 60 mil pessoas, era depois de Lisboa, a maior cidade do império Português, portanto, um centro urbano importantíssimo.
Em novembro de 1796 a cidade de Salvador recebe a visita de um navio francês, que espalha pela cidade as notícias acerca do sucesso da Revolução Francesa, com grande acolhida pela população local. O comandante do navio, retornando à França, tenta, inclusive, convencer o seu governo em relação à possibilidade da invasão da Bahia, tamanha a receptividade que havia encontrado na região.
Entusiasmados, no dia 12 de agosto de 1798, os conjurados afixaram em locais públicos de Salvador panfletos que incitavam a população a aderir ao movimento, que se iniciaria no dia 20, defendendo a intenção de se proclamar a República Baiense, onde todos teriam “liberdade, igualdade e fraternidade”.
Essa ação mostra certa ingenuidade dos participantes, que com esse ato alertavam as autoridades, que não tiveram dificuldade para acabar com o movimento antes mesmo da sua eclosão. A punição da Coroa foi dura, com a prisão e a morte da vários participantes, sempre de acordo com critérios sociais e raciais, ou seja, os pobres e negros foram mortos impiedosamente, contudo, a elite intelectual que havia participado do movimento não recebeu punição.
0 Comentários