Emprego, desemprego e subemprego (4 de 4) - Desemprego no Brasil e no mundo


Desemprego no Brasil e no mundo

Calcula-se que no mundo exista algo em torno de três bilhões de trabalhadores, sendo que desse total:

· Quase 205 milhões estejam desempregados. (dados de 2011 da OIT)

· 475 milhões de trabalhadores extremamente pobres, que sobrevivem com apenas 1,25 dólares por dia (o que é considerado pobreza extrema). (dados de 2011 da OIT)

· Quase 1 bilhão de trabalhadores sobrevivem com apenas 2 dólares por dia. (dados de 2011 da OIT)

· No Brasil quase 10 milhões de trabalhadores sobrevivem com menos de 1,25 dólares por dia e quase 25 milhões com menos de 2 dólares (dados de 2007).

Deve-se destacar que retirando a China das estatísticas oficiais (a China vem retirando milhões de pessoas da linha da pobreza extrema ao longo dos últimos anos) o número de pessoas abaixo da linha de pobreza no mundo teve uma surpreendente alta na última década, saltando de 697 para 794 milhões de pessoas.

Outro problema é o chamado trabalho “informal”, ou seja, aqueles indivíduos que atuam sem registro e seguridade social. A OCDE (Organização para Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) calcula que os trabalhadores informais no mundo somem mais de 1,8 bilhão, representando mais da metade da força de trabalho mundial (dados de 2009).

Trabalho informal no Brasil

No Brasil, de acordo com dados do IBGE (2008) existem aproximadamente 92 milhões de indivíduos ocupados. Deste total apenas 34,5% tem carteira assinada. Podemos dizer, portanto que seguramente mais de 50% da população exerça alguma atividade considerada informal.

Trata-se de um contingente de pessoas que tenta uma adequação no mercado de trabalho buscando em atividades informais uma renda mínima para a sobrevivência.

O trabalho informal atinge as grandes cidades, mas é no campo que ele atinge níveis alarmantes: mais de 90% da mão-de-obra não tem vínculo empregatício. Entre os problemas ocasionados pelo trabalho informal pode-se citar:

· A inexistência de uma rede de proteção para os trabalhadores informais, com benefícios como o Fundo de Garantia e férias.

· Na maioria das vezes o trabalho informal não leva em conta uma capacitação que prepare o trabalhador ou contribua para o seu aperfeiçoamento e aproveitamento de suas potencialidades.

· Sonegação de impostos, o que leva a uma sobrecarga de impostos sobre os trabalhadores formais.

· Falta de condições e de segurança no trabalho.

· Outro problema ligado ao trabalho no Brasil diz respeito às jornadas duplas ou longas jornadas de trabalho. Os problemas que se referem às longas jornadas de trabalho vão desde dificuldades de convívio social a distúrbios psicológicos e físicos.

Uma possível solução, mesmo que paliativa, diz respeito à redução da jornada de trabalho. Não se trata de nenhuma generosidade por parte da dinâmica capitalista, ao contrário, se confirmada nas próximas décadas, essa redução da jornada obedece a uma nova lógica do capitalismo que valoriza determinadas práticas ligadas ao lazer.

Com a redução da jornada se criaria milhares de postos de emprego, além de melhorar a qualidade de vida das pessoas. A grande questão é conciliar a redução da jornada de trabalho e a manutenção do salário. Os defensores da redução dizem que o aumento de renda ocasionado com a incorporação de milhares de novos trabalhadores formais aumentaria o consumo e traria aumento de produção, criando um círculo virtuoso de crescimento econômico.




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