Pobreza e Desigualdade (3 de 4) - Desigualdade Étnica e Racial


Existem várias formas hediondas de explicitar a reiterar a desigualdade racial:

· Preconceito – sentimento desfavorável em relação ao “outro”.

· Discriminação – tratamento diferenciado.

· Segregação – Separação física.

· Molestamento – Agressões físicas ou verbais.

· Genocídio – Dizimação de grupos étnicos.
 
Um dos exemplos mais horrendos de desigualdade racial foi o desenvolvimento do arianismo durante a época da Alemanha nazista. O arianismo diz respeito a superioridade da raça alemã, ou da raça nórdica, da qual os alemães seriam os representantes mais genuínos. Assim os alemães, enquanto uma raça pura teria a pátria-mãe como solo sagrado e o estado alemão como defensor dessa raça pura, lutando e combatendo as raças consideradas impuras, inferiores ou degeneradas.

Deve-se destacar que não eram todos os alemães que compartilhavam da ideia de superioridade da raça alemã. Por outro lado, o estado nazista efetuou um esforço gigantesco no sentido de criar uma oposição entre a raça ariana “sadia” e “forte” e todos os elementos que poderiam gradativamente enfraquecer essa raça. Esse esforço ia do campo artístico, com a abominação, por exemplo, do expressionismo e de artes de vanguarda, que passam a ser consideradas degeneradas, à formação médica, com escolas para formação de médicos nazistas. Como exemplo vale dizer que os médicos judeus foram proibidos de exercer seu ofício e quase 50% dos médicos da Alemanha faziam parte do Partido Nazista. Por outro lado, o casamento entre alemães e outras raças consideradas inferiores igualmente foi execrado, como sinal característica de degeneração.

O arianismo acabou levando a um intenso processo de antissemitismo, que é o preconceito fundamentado em teorias pseudocientíficas e dirigido aos judeus, que passam a ser nocivos, degenerados apátridas, sem vinculação a uma pátria-mãe ou nação. Os judeus passam a ser vistos como errantes, como parasitas que historicamente sugariam e corromperiam as sociedades nos quais se instalaram.

Outro exemplo marcante de violência racial ocorreu nos Estados Unidos durante a Guerra de Secessão. A vitória do Norte precipitou o fim da escravidão, que foi abolida ainda durante a guerra, em 1863. A abolição definitiva da escravidão nos Estados Unidos aconteceu em 1865, e em 1870 uma emenda a Constituição garantiu o direito de voto a todos os cidadãos, independente da raça ou cor.

Contudo, os ressentimentos sulistas e a discriminação em relação aos negros persistiriam por muito tempo. Fruto desse ressentimento, em 1865 o presidente Abraham Lincoln seria morto por um extremista sulista em uma ação espetacular, dentro de um teatro.


Outro reflexo da extensão dos direitos aos negros nos estados do Sul foi a criação da Ku Klux Klan, organização extremamente racista que não concordava com o fim da escravidão e a condição de igualdade atribuída as negros. Agindo de forma clandestina, e muitas vezes com a tolerância das autoridades, a KKK realizava ações bárbaras, espancando, queimando em fogueiras, enforcando ou pregando suas vítimas em cruzes.

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