As especiarias e o cultivo da seda


Os lucros fabulosos eram proporcionados pelas chamadas especiarias, que exerciam verdadeiro fascínio sobre os navegantes. Eram utilizadas para temperar, conservar os alimentos, produzir remédios, tingir tecidos e como símbolos de ostentação. Como exemplo dessas riquezas pode-se citar as porcelanas e a seda, a canela, cravo gengibre pimenta, e ainda o ouro, a prata, pérolas e pedras preciosas.

Das riquezas orientais, uma das mais cobiçadas era a seda. Cultivada pelos chineses desde vários séculos antes de Cristo a seda esta envolta em lendas. Segundo a tradição chinesa, a muito tempo atrás a imperatriz chinesa Hsi Ling Shi bebia chá à sombra de uma amoreira, quando de repente um casulo caiu em sua taça e se desenrolou. A imperatriz teve então a brilhante idéia de tecê-lo. O cultivo da seda seria mantido em segredo pelos chineses durante séculos. Somente as mulheres da realeza podiam colher as folhas de amoreira, alimentar as lagartas e tecer os fios. A forma como a seda chegou ao conhecimento de outros povos também está envolto em mitos. Diz-se que uma princesa que se vira de iminência de se casar com um príncipe estrangeiro resolveu levar escondido em suas madeixas alguns bichos e algumas folhas de amoreiras. Seja como for, o certo é que o Ocidente passou a cultivar a seda a partir do contrabando de ovos do inseto provenientes da China. A seda acabou se popularizando em todo a mundo, mas sendo acessível somente aos ricos. Ainda hoje é sinônimo de luxo, riqueza, glamour, esplendor. 

Veja abaixo uma ilustração retratando o tradicional processo de fiação da seda. O nome dessa litografia é Destruindo as Crisálidas e Enrolando os Fios do Casulo, de autoria de J. Davis e Thomas Allom, de 1843.

 

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