No período imediato que antecedeu a corrida ao ouro, Portugal e a sua mais importante colônia passava por um momento bastante difícil. Por um lado, a indústria do açúcar estava debilitada desde a expulsão dos holandeses em 1654, que expulsos levaram consigo e seus investimentos e se não bastasse começaram a concorrer diretamente com os portugueses, além das indenizações que os portugueses foram obrigados a pagar para se verem livres das ameaças dos holandeses. Por outro lado, os 60 anos de dominação espanhola (União Ibérica) se traduziram numa escalada de perda de domínios e territórios no Oriente e na África.
Mesmo após conquistar novamente sua autonomia frente a Espanha, os portugueses eram continuamente ameaçados pelos espanhóis, o que fez com que Portugal se aproximassem da Inglaterra em busca de apoio militar. Essa aproximação deu origem ao Tratado de Methuem, assinado em 1703, alguns anos após a descoberta das primeiras jazidas. Por meio desse tratado, Portugal era obrigado a adquirir tecidos ingleses, e em contrapartida a Inglaterra comprava vinhos portugueses. Na prática o Tratado de Methuem acabou tendo sérios reflexos:
- Liquidou as manufaturas portuguesas, que vinham apresentando certo desenvolvimento.
- Especialização na produção de vinhos, contudo, a maior parte do vinho produzido em Portugal era controlada pelos ingleses.
- Acentuado déficit na balança comercial, onde o valor das importações, ou seja, dos tecidos, superavam amplamente o valor das exportações.
No século XVIII a importação dos produtos ingleses chegaram a superar em 4 vezes o total das exportação portuguesas. Essa situação levou Portugal a uma extrema dependência em relação á Inglaterra, com um intenso acúmulo de capitais por parte dos ingleses, na medida em que o déficit português era coberto com o ouro brasileiro. Esse fato levou muitos estudiosos a afirmarem que o pioneirismo inglês na Revolução Industrial se deve em parte ao ouro brasileiro, que chegava à Inglaterra às toneladas.
Estima-se que durante o século XVIII a extração de ouro na região das Minas Gerais alcançou a impressionante marca de mais de um milhão de quilos, isso sem contar a quantidade que inevitavelmente era desviada e contrabandeada, certamente algumas centenas de toneladas.
Abaixo uma imagem de Johann Moritz Rugendas, ilustrando a lavagem de ouro. Na sequência, uma ilustração de Carlos Juliao em relação a uma mina de diamantes.
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