Os Bandeirantes


Em 1600, um parte da população da capitania de São Vicente partiu, subiu a serra do mar e fundou um povoado, chamado São Paulo do Campo de Piratininga. Esses paulistas achavam que a solução para  a pobreza estava no sertão, e assim, organizaram expedição para o interior do território, chamadas bandeiras. Entre os tipos e objetivos das bandeiras, pode-se destacar:
  • Bandeira de apresamento: capturar “negros da terra”. Entre 1627 e 1640 mais de 100 mil indígenas foram capturados.
  • Bandeira de mineração: encontrar metais preciosos.
  • Bandeira de contrato: captura de fugitivos ou extermínio de quilombos e tribos aguerridas.
  • Monções: expedições fluviais para comércio.
Pelo caráter das atividades desenvolvidas os paulistas receberam a alcunha de sertanistas, bandeirantes  e (bastante apropriado) piratas do sertão. Uma grande bandeira era formada por: 
  • um ou dois bandeirantes experientes;
  • alguns jovens portugueses;
  • vários mestiços;
  • centenas de indígenas escravizados.
Os bandeirantes tiveram um papel importante na ampliação dos limites da coroa portuguesa, o que levou ao longo do tempo a uma exaltação da figura de muitos desses sertanistas. Muitas vezes, foram retratados como desbravadores e corajosos, verdadeiros heróis; contudo, essa imagem pode esconder muitas vezes o objetivo final, que na maioria das vezes era a captura dos indígenas.

É possível que algo em torno de 300.000 indígenas tenham sido escravizados até a metade do século XVII, quando o bandeirantismo de aprisionamento declinou e deu lugar a expedições em busca de riquezas minerais. Os bandeirantes atacaram com frequência as missões jesuíticas, que ofereciam indígenas convertidos, aptos ao trabalho e em grande quantidade. Através da ação dos bandeirantes inúmeros aldeamentos foram destruídas, fazendo com que as missões recuassem cada vez mais para o sul do continente, alcançando os rios Uruguai e Paraguai. 

De todas as expedições, uma das mais notáveis foi sem dúvida a de Raposo Tavares, que teve início em 1648 e fim em 1651. Tavares liderou mais de 200 paulistas e mil indígenas. Percorreu a região do Paraguai, parte do Peru e a região Amazônica, num total de mais de 10 mil quilômetros. Ao chegar à foz do Amazonas, na região do Pará, a tropa estava reduzida a 59 paulistas e alguns poucos indígenas.

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